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Publicado em 13/03/2014
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolve uma variedade de milho verde superdoce adaptada às condições de clima e solo da região dos Campos Gerais. O objetivo é desenvolver uma cultivar para popularizar essa variedade de milho, que tem menor teor de amido e mais açúcar, sendo a mais consumida nos Estados Unidos e Canadá.
Iniciado em 2007, em área da Fazenda Escola Capão da Onça, o projeto de pesquisa de iniciação
científica "Produção de Milho Verde Superdoce" apresenta, agora em 2014, espigas semelhantes ao padrão
comercial das espécies de milho convencional. De acordo com o coordenador do projeto, professor José Raulindo
Gardingo, a safra deste ano resultou em espigas grandes, com mais 200 gramas e 15 centímetros de comprimento, além
de grãos de grande profundidade. "Em condições normais, essas espigas seriam miúdas e com grãos
bem ralos", diz o professor, destacando o melhoramento da semente, objetivo inicial da pesquisa, já foi atingido.
No primeiro plantio, realizado em 2007, foi utilizada uma semente básica de ‘milho doce superdoce’ desenvolvida
pelo Centro Nacional de Pesquisas de Hortaliças, da Embrapa. A partir daí, a cada ano foram separadas 30% das
maiores sementes das maiores espigas, até se atingir o estágio atual, com um aproveitamento em média
de 50% das espigas com padrão de milho verde convencional – segundo o pesquisador. Ele comenta que o processo
de melhoramento é contínuo. "A meta é chegar a um aproveitamento de 80% das espigas, média obtida
com sementes de milho híbrido convencional".
Gardingo observa que, desde já, a UEPG procura
empresas interessadas em produzir sementes melhoradas na Fazenda Escola. "Temos a intenção, também, de
levar esses resultados ao Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que dispõe de recursos e estrutura,
para produzir as sementes e distribuir para agricultores da região, de forma que a Universidade possa requerer no registro
da variedade no Cadastro Nacional de Cultivares. "Precisamos colher dados de vários locais de produção,
inclusive em outros estados, para somente após requerer o registro", completa, manifestando ainda o propósito
de levar a variedade ao CIMMYT (Centro Internacional de Melhoria do Milho e Trigo), no México, para distribuição
em outros países.
Para aumentar o consumo do milho verde superdoce, o professor planeja também
a criação de um projeto para colocá-lo na merenda das escolas públicas. Segundo ele, trata-se
de uma variedade própria para o consumo in-natura. Atualmente, em razão da baixa oferta desse tipo de milho
especial, a produção nacional é irrisória. "Espigas com um padrão grande e grãos
graúdos e o sabor adocicado devem atrair mais consumidores", completa.
O projeto de melhoramento do milho superdoce, custeado parcialmente pelo professor Gardingo, recebe também financiamento da UEPG, com a cessão de área para plantio na Fazenda Escola Capão da Onça, adubo, controle de ervas daninhas e transporte.
Pesquisas em alimentos mais nutritivos reforçam a visão de futuro número 3 do roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal, que possui ações estruturantes que vislumbram para a indústria paranaense a inovação em plantas com propriedades nutracêuticas. Os nutracêuticos são compostos por nutrientes, que podem ser alimento ou parte dele, com capacidade comprovada de proporcionar benefícios à saúde, como a prevenção e tratamento de doenças. As pesquisas inovadores como as apresentados acima são exemplos de ações que estimulam o fator crítico P&D, Tecnologia e Inovação, alavancando o desenvolvimento do setor no estado.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
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