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Publicado em 11/02/2014
É preocupante o avanço da Helicoverpa armígera, a lagarta apelidada pelos produtores de “Come-Tudo”, que vem destruindo plantações inteiras de culturas importantes como soja, milho, algodão e feijão, de norte a sul do País. O Manejo Integrado de Pragas - MIP tem sido a recomendação da Caravana Embrapa de Alerta às Ameaças Fitossanitárias, para enfrentar a praga.
Criado pela Embrapa no início da década de 1980, o Manejo Integrado de Pragas é ancorado no controle
biológico, cultural e químico. Este, só deve ser utilizado em último caso. E para bater de frente
com a lagarta, cinco passos de uma tática descrita pelo entomologista Paulo Henrique Soares, pesquisador da Embrapa
Meio-Norte (Teresina, PI), ajudam no combate efetivo da praga:
• “Estabelecer um calendário
de plantio que deve ser em um menor espaço de tempo possível para que o ciclo das culturas seja finalizado no
mesmo período, evitando, assim, uma maior oferta de alimento à praga;
• Iniciar o monitoramento,
logo após o plantio das culturas, dos adultos de Helicoverpa armígera com armadilhas de feromônio,
para atraí-las. O monitoramento dos adultos deve ser feito de três em três dias;
•
Fazer liberação inundativa com o parasitóide de ovosTrichogrmma pretiosum após a
constatação de três adultos deHelicoverpa armigera por armadilha de feromônio. “Trichogrmma
pretiosum é uma pequena vespa da Ordem Hymenoptera que parasita ovos de várias espécies de
Lepidoptera, inclusiveHelicoverpa armigera. O parasitismo dos ovos da praga é importante porque impossibilita
a eclosão das lagartas, que é a fase do inseto que causa danos às culturas;
•
Após a liberação dos parasitóides, o monitoramento continua a ser feito uma vez por semana, e
dependendo do nível da população da praga na cultura, toma-se a decisão da aplicação
ou não de um inseticida químico ou biológico. Cada cultura tem seu próprio nível de ação.
Em soja, por exemplo, é de 7,5 lagartas por metro quadrado quando a cultura está na fase vegetativa e de 1 a
2 lagartas por metro quadrado na fase reprodutiva;
• Após a colheita, todo resto da cultura
deve ser eliminado através da aplicação de herbicidas, ou aração do solo, dependendo da
forma de cultivo adotado pelo agricultor. Essa operação visa quebrar o ciclo da praga pela retirada total do
alimento até o início da próxima safra. Esse período é denominado de Vazio Sanitário.”
A mais nova dor de cabeça dos produtores rurais do País, principalmente da região dos cerrados,
a Helicoverpa armígera, é uma praga exótica que chegou ao Brasil recentemente. Os primeiros
registros da “Come-Tudo” nas lavouras brasileiras foram nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, em Goiás,
na cultura da soja; na Bahia, em restolho de soja; e Mato Grosso, na cultura do algodoeiro. De acordo com registros do
Ministério da Agricultura, ela já chegou em mais dez Estados, com destaque em Mato Groso do Sul, São
Paulo e Paraná.
Todos os continentes já registraram a presença da Helicoverpa
armígera. Além de ter grande capacidade de adaptação aos diversos ecossistemas, a lagarta
é agressiva e resistente à maioria dos inseticidas comerciais.
Fonte: Embrapa
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