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UFMG estuda transformação de glicerina em ácido fórmico

Publicado em 16/01/2014

Desde que começou a ser produzido, o biodiesel é apontado como alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. Agora pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) prometem diminuir ainda mais o impacto ambiental dessa fonte de energia, ao criar um processo mais simples e barato para a produção de ácido fórmico que poderá reaproveitar parte da glicerina gerada durante a produção do biocombustível.

clique para ampliar>clique para ampliarReaproveitamento da glicerina (Foto: Divulgação)

O coordenador do projeto, o químico ambiental Luiz Carlos de Oliveira, do Departamento de Química da UFMG, explica que menos de um oitavo da glicerina coproduto do biodiesel é devidamente aproveitada. Esse grande desperdício ocorre porque a glicerina deve ser purificada antes de ser reutilizada. “O processo de purificação – feito por destilação a vácuo – é muito caro e de difícil operação, o que faz com que seja pouco usado”, esclarece Oliveira.

Por ser um álcool, a glicerina tem pH muito baixo e, em contato com rios e lagoas, pode aumentar a acidez do meio e prejudicar a vida de animais e plantas. Ao mesmo tempo, possui muita matéria orgânica, que pode causar o crescimento excessivo de vegetação nesses locais.

O processo criado por Oliveira transforma a glicerina residual do biodiesel em ácido fórmico, que poderá ser usado pela indústria petroquímica para a produção de plásticos ou pela indústria do curtume no preparo de couro. Até hoje o Brasil não produz ácido fórmico e importa a maior parte do produto da China.

Para transformar a glicerina em ácido fórmico, o químico usou um composto à base do minério nióbio para quebrar suas moléculas. Oliveira revela que a escolha pelo nióbio se deu pela abundância desse minério em território nacional: “Noventa e cinco por cento do nióbio existente no mundo está em Minas Gerais. Precisamos aproveitar nossas jazidas”, diz.

Apesar das vantagens do novo método, o pesquisador afirma que ele não irá substituir a destilação a vácuo. “Na destilação, obtém-se glicerina pura, que vai ser usada pela indústria farmacêutica na fabricação de cosméticos e sabonetes.”

A pesquisa, que começou em 2011, já passou pelos testes de bancada – em que se constatou que o nióbio transformava a glicerina residual em ácido fórmico – e agora está em processo de simulação de produção industrial. “Queremos saber se a reação pode ocorrer em larga escala, em quanto tempo e quanto seria gasto”, conta Oliveira.

A etapa seguinte será um estudo de mercado para a construção de um polo industrial de reaproveitamento de glicerina. A equipe pretende entregar, até agosto de 2014, os dados do estudo para que a Petrobras analise a possibilidade de investimento. “Como é uma técnica inovadora, sustentável e que aproveita recursos nacionais, acredito que não vai demorar muito para ser empregada”, torce o pesquisador.  

Fonte: Ciência Hoje Online
Com adaptações BiodieselBR.com

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