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Publicado em 18/11/2013
Foi inaugurada no mês passado na Itália uma usina para a fabricação de etanol a partir de palha de arroz e de trigo. A fábrica também utiliza uma espécie de cana encontrada na região, conhecida como cana-do-reino ou cana gigante. Calcula-se que a produção será de 75 milhões de litros do combustível por ano, com um consumo de cerca de 270 mil toneladas de matéria-prima Ocupando uma área de 15 hectares, a usina, que já está em funcionamento, é a primeira do mundo a produzir comercialmente o chamado etanol celulósico ou etanol de segunda geração, que usa resíduos da agricultura como matéria-prima e pode transformar o mercado de biocombustíveis.
A nova usina está localizada na cidade de Crescentino, no norte da Itália, sendo uma parceria entre a Biochemtex, do grupo italiano Mossi Ghisolfi, o fundo americano TPG (Texas Pacific Group) e a Novozymes, empresa de origem dinamarquesa que também atua no Brasil.
Segundo Sebastian Soderberg, vice-presidente da multinacional Novozymes, as usinas que produzem etanol com esse tipo de tecnologia até então não tinham produção anual maior do que 5 milhões de litros, o que encarece o combustível. Afirma então que esta é a primeira usina produzindo etanol em quantidade comercial com base em resíduos celulósico (a palha do arroz e do trigo).
A tecnologia utilizada pela unidade foi desenvolvida a um custo de US$ 200 milhões (R$ 437,5 milhões). O plano é que o etanol seja misturado ao combustível fóssil para abastecer os carros europeus. Na Europa, o etanol pode ser misturado numa proporção de até 10% do volume da gasolina; no Brasil, o percentual de etanol na gasolina é de 25%.Em até 18 meses, o parlamento europeu deverá votar um projeto para instituir, até 2030, a mistura de 2,5% de etanol no combustível que circula na União Europeia. Para Soderberg, caso seja implementada, essa política econômica servirá de garantia para investidores de que o etanol encontrará compradores, o que aumentará o número de unidades como a de Crescentino.
O etanol produzido no Brasil é obtido a partir do açúcar do caldo da cana. Já o etanol celulósico pode vir do açúcar presente em qualquer parte das plantas, como as folhas ou o caule, por isso pode ser produzido em qualquer local e com vários tipos de material.Usando a tecnologia de segunda geração para extrair etanol também do bagaço de cana, por exemplo, o Brasil poderia aumentar sua produção do combustível em 30% sem plantar um único pé de cana a mais, de acordo com cálculo do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).
A mesma tecnologia estará presente em uma usina que deverá ser inaugurada no ano que vem em Alagoas. A unidade, da empresa GranBio, terá investimento de R$ 300 milhões e capacidade de produção de 82 milhões de litros de etanol celulósico por ano, usando o bagaço da cana como matéria-prima.
Segundo o executivo, a Novozymes estuda construir uma segunda unidade de produção de enzimas (substâncias usadas no processo de obtenção do etanol) no país, além da que já possui em Araucária (PR). Ele afirma que a indústria de etanol que hoje utiliza a cana poderá se adaptar para produzir e distribuir também o etanol celulósico usando o bagaço da cana.
Caso a instalação da nova fábrica aconteça no Paraná, serão reforçadas as ações propostas Roadmapping de Biotecnologia aplicada à indústria agrícola e florestal, que possui como uma das visões de futuro consolidar a indústria paranaense como provedora de soluções em bioenergia, atendendo o fator crítico articulação entre atores, que possui como uma de suas ações estruturantes criar rede de serviços de bioenergia para articular complementaridades e potencializar a capacidade de prover soluções.
Fonte: BrasilAgro
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