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Publicado em 21/10/2013
Os alimentos biofortificados são alimentos fontes de nutrientes obtidos com a ajuda da biotecnologia, sendo considerados poderosos aliados no combate a doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. Feijão e arroz enriquecidos com ferro e zinco, milho, batata-doce e mandioca enriquecidos com vitamina A são exemplos de alimentos que em breve podem estar nas prateleiras dos supermercados. A nutricionista Neuza Maria Brunoro Costa, conselheira do CIB – Conselho de Informações sobre Biotecnologia, explica na entrevista a seguir o que são os alimentos biofortificados e como eles podem contribuir com a saúde da população.
O que é biofortificação e quais são seus benefícios?
A biofortificação é uma técnica por meio da qual é possível enriquecer alimentos com determinados nutrientes, entre eles ferro e zinco, cujas carências estão relacionadas a doenças. É possível também introduzir ou aumentar teores de compostos bioativos, como flavonoides, polifenóis, licopeno e vitamina E (antioxidantes e previnem, por exemplo, o envelhecimento e câncer) entre outros nutrientes. A biofortificação é, portanto, uma estratégia para disponibilizar alimentos de melhor qualidade nutricional e aprimorar as condições de saúde da população.
Esses alimentos biofortificados já existem?
Sim. No Brasil, a rede BioFORT, iniciativa de pesquisa em alimentos biofortificados liderada pela Embrapa, já desenvolveu muitas variedades. Entre elas, o milho, a batata-doce e a mandioca enriquecidos com betacaroteno, que é um antioxidante natural e também um precursor da vitamina A, e o trigo, o feijão e o arroz com mais zinco e ferro. Há ainda pesquisas em andamento para desenvolver abóbora enriquecida com vitamina A. Nas Filipinas, também existe o exemplo do arroz dourado, fonte de betacaroteno.
Como esses alimentos biofortificados são desenvolvidos?
A biofortificação é possível por meio do cruzamento de variedades (melhoramento genético convencional) ou da introdução de genes de interesse (transgenia). A maioria das variedades obtidas pela rede BioFORT, por exemplo, é resultado de cruzamentos e tem como objetivo a obtenção de plantas mais aptas a reter zinco, ferro ou mais eficientes na produção de betacaroteno. Já o arroz dourado, produto ainda não aprovado para consumo, é transgênico. Esse caso é particularmente interessante porque o arroz, por si só, não é capaz de produzir betacaroteno. A variedade recebeu genes de outros organismos que conferem ao alimento essa capacidade e a coloração levemente alaranjada (leia a entrevista completa aqui).
A utilização da biotecnologia para o melhoramento de alimentos reforça a visão de futuro número 3 do roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal, com ações estruturantes que vislumbra para a indústria paranaense a inovação em plantas com propriedades nutracêuticas.
O nutracêutico é um alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença. Tais produtos podem abranger desde os nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma de cápsulas e dietas até os produtos beneficamente projetados, produtos herbais e alimentos processados tais como cereais, sopas e bebidas.
A visão do roadmapping tem como base uma tendência forte dos consumidores em investir de forma preventiva em saúde. Esse novo mercado é altamente promissor e abre um largo campo de desenvolvimento em biotecnologia. Desta maneira, especialistas da área definiram quatro fatores críticos, que possuem um conjunto de ações a serem implementadas visando à consolidação da visão: Articulação entre Atores, Políticas Públicas, P&D, Tecnologia e Inovação e Patentes.
Fonte: Planeta Arroz
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