Novo laboratório vai estudar o crambe como alternativa energética
Publicado em 19/06/2013
O crambe é uma oleaginosa que pode se constituir numa alternativa economicamente viável de cultivo de inverno no Sul do Brasil,
na forma de cobertura vegetal e rotação de cultura e em excelente fonte de extração de extração de óleos isolantes.
O
governador Beto Richa inaugurou nesta sexta-feira (14/06) o laboratório de processamento e refino de óleos vegetais
e oleoquímica da Faculdade Assis Gurgacz (FAG), de Cascavel. O laboratório é uma parceria com a Companhia
Paranaense de Energia (Copel) e irá se dedicar a projetos de pesquisa sobre o crambe – oleaginosa com potencial
para geração de biodiesel, possível alternativa de energia renovável.
A Copel está investindo cerca de R$ 3,5 milhões no projeto, com
aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O objetivo é conhecer o crambe, desde o cultivo
até a extração de óleo da planta que é renovável, não tóxica e não
concorrente com a produção alimentícia de outras oleaginosas, como o soja, milho ou o girassol.
Na inauguração, a Copel assinou convênios com a FAG para estudos sobre o desempenho
do óleo vegetal de crambe como fluido em transformadores e o desenvolvimento agroindustrial desta cultura.
Em
fevereiro deste ano, o Governo do Paraná regulamentou a Lei da Inovação, instrumento
legal de estímulo à pesquisa científica, que incentiva o trabalho acadêmico e sua maior interação
com a iniciativa privada. “Uma demonstração de que a inovação científica e tecnológica
está no radar deste governo”, disse Richa. “Da mesma forma, a Copel, nesta parceria, mostra o sentido estratégico
de sua ação no desenvolvimento econômico e científico paranaense. Essa é uma parceria que
se norteia pela sustentabilidade, enfatizando a importância de energias alternativas renováveis, como é
o caso do biodiesel”, afirmou.
A articulação da
Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal desenvolve um trabalho de prospecção de
futuro no setor. O Workshop “Oportunidades de negócios no relacionamento entre universidade e empresa”,
que acontece nos dias 24 e 25 de Julho em Maringá (PR) é resultado desta articulação.
Acompanhe a programação no site www.fiepr.org.br/observatorios/biotec-agricola-florestal
PIONEIRISMO - A Faculdade Assis Gurgacz tem demonstrado pioneirismo na pesquisa e no desenvolvimento
científico. A entidade criou um laboratório de fitopatologia que estuda a ferrugem asiática (praga que
afeta a soja). O laboratório está credenciado pela Embrapa. O
projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) contratado pela Copel junto a FAG prevê a aquisição de
cinco transformadores de distribuição e de um transformador de potência. Os equipamentos receberão
o óleo produzido, extraído e preparado nos laboratórios do Centro de Desenvolvimento Tecnológico
da FAG para ensaios de campo no sistema de distribuição da Companhia em Cascavel.
O crambe (Crambe abyssinica
) é uma oleaginosa originária da Etiópia que se adaptou na região
do mar Mediterrâneo e pode se constituir numa alternativa economicamente viável de cultivo de inverno no Sul
do Brasil, na forma de cobertura vegetal e rotação de cultura e em excelente fonte de extração
de óleos isolantes. Estudos preliminares indicam que o crambe produz até 33% de óleo bruto, contra 18%
da soja, um rendimento muito superior, portanto. O professor Renatro Cassol,
da FAG, explica que o projeto tem tres etapas. A primeira é avaliar a adaptação da cultura do cambre.
A segunda é a extração e refino do óleo e a terceira é o processo de utilização
nos transformadores da Copel. “É um projeto voltado à sustentabilidade, pois é uma alternativa
para a substituição do óleo mineral. O crambe, além de não ser tóxico é biodegradável,
diminui os riscos de explosão e é mais uma alternativa de cultura para entressafra dos agricultores”,
afirmou Cassol.
Fonte: Agência Paraná
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