O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 03/06/2013
Será cremado nesta segunda-feira, 3, às 15h, em Brasília, o corpo do físico baiano José
Walter Bautista Vidal. Ele morreu no sábado, 31, aos 78 anos, de falência de múltiplos órgãos.
Bautista Vidal foi um dos idealizadores do Pró-Álcool, programa responsável pela popularização
dos motores automotivos à base de etanol na década de 80.
A cerimônia de cremação
acontece no cemitério Campo da Esperança, na capital federal, e será reservada aos familiares, informou
o jornal Correio Braziliense.
Bautista Vidal, que estava internado havia dez dias no Hospital Santa Luzia com
complicações renais, teve falência de múltiplos órgãos às 12h de sábado.
Deixa quatro filhos e seis netos, além de um vasto acervo de publicações.
Trajetória
brilhante
Doutor em física pela Universidade de Stanfford, foi professor da Escola Politécnica
e fundador do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Bautista Vidal iniciou a carreira
no Estado cuja história de pioneirismo se confunde com a das energias renováveis no Brasil, diz
o secretária da Indústria, Comércio e Mineração do Estado, James Correia, que tem formação
na área energética.
"Ele foi o grande precursor da questão da energia limpa
no Brasil. Convivi muito com ele porque fui colega de trabalho do irmão dele na Coelba", lembra Correia.
Radical
na defesa de suas teses, Vidal chegou a ser desacreditado pelos colegas ao destacar a necessidade de investir em energias
renováveis. "Lembro dele falando emenergia eólica na década de 80. Naquela época,
eu fui um dos que olharam para ele com um certo ceticismo, mas veja o que está acontecendo na Bahia", diz.
Diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudanças Climáticas (CBEM), o professor Osvaldo Soliano considera
Bautista Vidal uma grande referência pessoal. "O trabalho dele foi um marco no desenvolvimento da energia renovável
no Brasil. Muito da história do professor Bautista Vidal se confunde com a história do desenvolvimento do álcool no
Brasil", diz Soliano.
Em 1969, tornou-se o primeiro secretário de Ciência e Tecnologia de um Estado
brasileiro, convidado pelo ex-governador da Bahia Luiz Vianna Filho. Nas décadas de 70 e 80, foi secretário
de Estado de Ciências e Tecnologia nos governos de Ernesto Geisel e de José Sarney.
É tido por
muitos como um dos criadores do motor a álcool, ao lado de Urbano Ernesto Stumpf. Na última entrevista
concedida ao jornal A TARDE, em outubro de 2010, manteve-se fiel ao discurso favorável à biomassa.
Defendeu o uso das riquezas do pré-sal para financiar o desenvolvimento e a produção de combustíveis
renováveis, como o etanol e outros, a partir da produção agrícola.
"Vamos
ficar ricos, pagar as dívidas e ter condições de desenvolver o País intensamente", acreditava.
Fonte: UDOP (União dos Produtores de Bioenergia)
Envie para um amigo