Publicado em 10/02/2015
Fonte: Automotive Business
O recorde de vendas do Up! em janeiro, lançado há um ano pela Volkswagen e cujos emplacamentos somaram 6,7 mil unidades no mês passado - e mais de 65,5 mil nos seus primeiros doze meses - não foram suficientes para manter o terceiro turno da fábrica de Taubaté (SP), bem como as exportações, que atingiram a marca de 9 mil unidades embarcadas desde junho de 2014. No mesmo dia em que enviou nota comemorando o melhor mês de vendas do subcompacto, a montadora confirmou que fechará o turno por tempo indeterminado a partir de 18 de fevereiro, quando os trabalhadores voltariam do feriado prolongado de carnaval.
“Com o objetivo de ajustar sua produção à demanda de mercado, a Volkswagen readequará sua estrutura para dois turnos de produção na fábrica de Taubaté” informa a empresa em comunicado, acrescentando que concederá férias coletivas de 20 dias para cerca de 250 empregados da unidade a partir do dia 23 de fevereiro.
De acordo com o sindicato dos metalúrgicos de Taubaté, o terceiro turno será mantido até o dia 18 de fevereiro conforme um acordo firmado entre a própria montadora e o sindicato, que por sua vez pretende reverter a decisão. “As negociações continuam com o objetivo de manter integralmente o 3º turno”, informa o sindicato. A unidade de Taubaté, onde também são produzidos os modelos Gol e Voyage, é a única da Volkswagen no Brasil que ainda funciona com três períodos.
Atualmente, a unidade opera com um ritmo de 850 unidades por dia, 450 unidades a menos da capacidade instalada, de 1,3 mil veículos/dia.
Alerta Global
Ao iniciar as negociações salariais da matriz na Alemanha, o chefe de Recursos Humanos da Volkswagen e líder do comitê que negocia com o sindicato local, Martin Rosik, alertou para as dificuldades em regiões estratégicas no mundo e deu o tom das prioridades da montadora:
“Em muitas regiões, a situação política e econômica está se tornando cada vez mais instável. Países como Rússia, Brasil e Argentina estão em crise. E severas flutuações cambiais também estão tornando o nosso negócio mais difícil. Riscos que já eram aparentes durante as negociações salariais de 2013 tornaram-se mais eminentes. Também enfrentamos novos riscos em 2015. Como resultado, é mais importante do que nunca garantir que a nossa competitividade não seja comprometida. A liquidação de remuneração razoável é essencial”, afirmou.
Ele descreveu a situação na Europa destacando o desemprego, mas acrescentou que investimentos em tecnologias previstos para o futuro ainda estão na mira da empresa. As negociações que continuam ao longo deste mês são do interesse de 115 mil funcionários que trabalham nas fábricas de Wolfsburg, Brunswick, Hanover, Salzgitter, Emden e Kassel, além dos funcionários da divisão Volkswagen Financial Services AG.
“A Volkswagen continuará a produzir carros na Alemanha no futuro e só pode ser bem sucedida se encontrar as soluções certas, juntos. Mais do que nunca, isso significa que precisamos manter os custos sob controle.”
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