Publicado em 11/09/2012
Pagar sobrecarga de impostos para poder importar mais parece ilógico à primeira vista. Mas a equação da indústria automobilística revela que, às vezes, vale a pena pagar mais tributos para não perder vendas e, mais importante ainda, conseguir, assim, ampliar participação no mercado brasileiro, o quinto maior do mundo.
Nas últimas semanas, algumas montadoras preferiram pagar mais impostos pelos veículos que trouxeram além das cotas fixadas no acordo de livre comércio entre Brasil e México. Aproveitaram, assim, o aumento de demanda, provocada pela redução do IPI. Enquanto isso, despacharam seus melhores lobistas para Brasília na tentativa, ainda em curso, de amarrar um acordo para elevar os volumes das cotas.
O déficit na balança comercial automotiva ajuda a entender a estratégia de empresas como a Nissan, que aproveitou o sucesso de novidades produzidas no México enquanto investe na expansão industrial no Brasil.
De janeiro a agosto, o volume de veículos da Nissan emplacados no Brasil - 80,1 mil unidades - superou o total de todo o ano passado (67,3 mil). Graças às vendas adicionais, puxadas, sobretudo pelo modelo compacto March, a fatia da marca em carros de passeio e comerciais leves aumentou 70%. Passou de 1,97% em 2011 para 3,35% nos oito primeiros meses de 2012. Recentemente, a empresa japonesa anunciou a meta de atingir pelo menos 5% de participação de mercado até 2014.
Com o reforço de vendas, a Nissan saiu do 12º lugar ao final de 2011 para 7º agora, atrás apenas de Renault e Honda, entre as mais novatas, que aparecem logo depois das quatro veteranas (Fiat, Volkswagen, GM e Ford). Importar do México à revelia de regras governamentais ajudou a Nissan a deixar para trás Hyundai, Toyota, Citroën, Peugeot e Kia.
Fonte: Fenabrave
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