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Copa de 2014 impulsiona as vendas de alimentos orgânicos no Brasil

Publicado em 20/12/2012

Consumidores preocupados com a saúde procuram cada vez mais por alimentos sem agrotóxicos, impulsionando assim o mercado de orgânicos. O setor deve crescer 46% até 2014.
clique para ampliar clique para
            ampliarOrgânicos alimentam o Brasil (Foto: Internet)

O aumento da demanda por alimentos “mais saudáveis” fez crescer a procura por produtos orgânicos no país. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais, e buscando por um novo estilo de vida.  Diante disto, o mercado de orgânicos vem sendo impulsionado constantemente nos últimos anos.

No Brasil, este setor movimenta milhões de reais, e dados econômicos apontam que até 2014, esta receita deve dobrar, principalmente devido aos incentivos financeiros através de políticas públicas e pelo aumento das certificações que atestam a qualidade dos produtos, facilitando assim a comercialização e o acesso a estes alimentos.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Orgânicos Biologicamente Sustentáveis - Brasil Bio, estima-se que, em 2011, o setor de produtos orgânicos tenha movimentado cerca 500 milhões de reais, e espera-se que com os jogos da Copa de 2014, este crescimento ultrapasse os 46%.  E foi pensando no desenvolvimento deste setor, que o governo instituiu o projeto “Copa Orgânica e Sustentável”.

  • Projeto Copa Orgânica e Sustentável

O projeto tem como objetivo mostrar aos turistas envolvidos com a Copa de 2014, a capacidade e o potencial que o Brasil tem em oferecer produtos orgânicos ou naturais, e através da divulgação alavancar as vendas, aproveitando o aquecimento da economia nesse período.

A campanha será capaz de articular os diversos segmentos de alimentos e bebidas, serviços turísticos, cosméticos e artesanato, para qualificar a oferta, ampliar a produção e o consumo consciente dos produtos com o selo da agricultura familiar, do comércio justo e solidário e com indicação geográfica.

Alimentos orgânicos serão priorizados nos cardápios dos hotéis, restaurantes e nos pratos servidos aos atletas durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O Núcleo Temático Copa Orgânica e Sustentável, desenvolvido pelo Centro de Inteligência em Orgânicos (CIO), quer reforçar esse projeto que destaca a biodiversidade brasileira. 

  • Mercado de orgânicos no Paraná
clique para ampliar clique para ampliarMapa de distribuição da produção paranaense de orgânicos (Foto: Seab)

No Paraná, de acordo com o último levantamento realizado em 2008 pela Emater e pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), a produção de orgânicos chegou a 138 mil toneladas e já contava com mais de 7.245 produtores.

Sem diferenciar-se dos demais estados, sabe-se que o cultivo de alimentos orgânicos no Paraná também é representado essencialmente pela agricultura familiar. Segundo dados do Censo de 2006, 90,5% das propriedades rurais que fazem uso da agricultura orgânica são pequenos agricultores, sendo que 41,6% possuem propriedades variando de 1 a 5 hectares e apenas 20% são certificados.

 No quesito certificação, para garantir a idoneidade destes alimentos, órgãos e instituições credenciadas fazem parte deste controle, e para que receba o atestado de qualidade e a denominação de orgânico ele deverá respeitar os princípios estabelecidos pela legislação orgânica.

Segundo dados do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar),  em 2012, 81 propriedades rurais paranaenses foram certificadas como produtoras de alimentos orgânicos. Porém, sabe-se que estes números encontram-se bem abaixo do esperado, mas justifica-se por diversos fatores como: altos custos, falta de planejamento, falta de crédito específico, falta de técnicos entre outros.

Com a estimativa de crescimento de 46% até 2014,  o aumento do consumo destes produtos será responsável por alavancar e fortalecer a economia, não apenas do estado, mas de todo o país, gerando renda e aumentando sua representatividade no setor.  Em 2010, estas vendas já representavam 1% dos produtos comercializados em supermercados, segundo informações da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), dados mais atuais, segundo o último ranking da Abras – Associação Brasileira do setor – divulgado em abril de 2011, apontaram que o crescimento do volume destes produtos nas lojas já ultrapava os 25%.

  • Destaques de produção

Em 2007, a produção de hortaliças e frutas orgânicas já ultrapassava as 22.000 toneladas, para consumo interno. Outras culturas destacadas são o milho, o feijão, café, plantas medicinais, arroz, mandioca e trigo.

Quanto à produção animal orgânica, o Paraná ainda apresenta uma pequena produção se comparado ao estado do Mato Grosso, líder neste segmento, porém é crescente a produção de leite orgânico, suínos e aves e de piscicultura orgânica.

O mel orgânico ultrapassou a 800 toneladas, sendo 80% destinado a exportação. O mel do Paraná também será o primeiro do Brasil a receber certificação de origem, segundo Associação de Produtores de Mel de Ortigueira.

Outro destaque é para a cachaça orgânica com produção de 6.633 litros na safra 04 /05, a qual está sendo exportada e com grande aceitação no exterior.

  • Projetos iniciados no Paraná (2006):

 - Polo de Agroecologia do litoral do Paraná o qual  contra 320 agricultores;

 - Projeto Cultivando Água Boa, nas regiões de Cascavel e Toledo com 225 agricultores;

 - Projeto orgânico da Região Metropolitana  de Curitiba com 551 produtores;

 - Parceiros orgânicos do Noroeste, incluindo as regiões de Maringá, Campo Mourão, Umuarama e Paranavaí com 500 agricultores distribuídos em 23 municípios;

 - Projeto de frutas, hortaliças e grãos orgânicos da região de União da Vitória com 75 produtores;

 - Projeto orgânico de grãos e açúcar mascavo do Sudoeste com 678 produtores;

 - Projeto orgânico de açúcar Mascavo e café de Santo Antônio da Platina com 228 produtores;

 - Projeto de café orgânico de Londrina com 39 produtores;

 - Projeto APOL (associação dos produtores orgânicos da região de Londrina e Cornélio Procópio), com 178 produtores produzindo frutas e hortaliças;

 -Projeto de plantas medicinais e grãos da região de Guarapuava, Ponta Grossa e Irati com 620 produtores.

De modo geral, os incentivos do governo no cultivo orgânico refletem diretamente na melhoria da qualidade de vida da população, tanto rural quanto urbana, e certamente podemos dizer que o aumento do consumo destes alimentos é responsável pelo fortalecimento da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável no estado do Paraná.

Referências: Agência Brasil de Notícias, Agroecologia Paraná, Abras, Apras, Brasil Bio, Copa 2014, Emater, Deral, Ipardes, Seab, Planeta Orgânico, Gazeta do Povo, e Tecpar.

(* Dados mais atualizados sobre a safra 11/12 estarão disponíveis parcialmente a partir de 2013).

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