O Observatório Regional de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), de Curitiba, lança, até o final do ano, um novo diagnóstico da situação do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) no Paraná. A publicação "Objetivos do Milênio como estratégia para o desenvolvimento local" trará uma análise dos avanços em cada um dos ODM e ainda incentivará governos, empresas e sociedade civil a trabalhar em prol do desenvolvimento.
"Falta um pouco mais de cinco anos para o prazo estipulado pela ONU, que é 2015. Apesar dos avanços, ainda temos muito trabalho. É por isso que a mobilização local é muito importante e precisamos de uma força tarefa de todos os setores da sociedade", afirma Luciana Brenner, coordenadora executiva do Orbis, programa do Sesi, que conta com o apoio do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD).
Dados mostram que, se o Paraná alcançar os ODM até 2015, teremos mais de 2,5 milhões de pessoas fora do limiar da pobreza; setecentos mil jovens a mais concluindo o ensino fundamental a cada ano; mais de 3,4 mil crianças em situação de risco sobrevivendo ao primeiro ano de vida; e dois milhões de pessoas com acesso à rede de água e saneamento.
Os dados provêm de fontes oficiais, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministérios. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na última sexta-feira (18) pelo IBGE, traz os dados mais atualizados sobre a situação da pobreza e cuidado com o meio ambiente.
Em 1991, por exemplo, o Paraná tinha 46% de sua população vivendo com renda familiar menor que meio salário mínimo, passando para 22%, em 2008. Apesar da redução, a porcentagem de moradores da área rural abaixo da linha da pobreza ainda é alta: 40,77%. O aumento do poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica vem apresentando tendência de crescimento desde 1990 até 2008. Em 2008, meio salário mínimo era suficiente para adquirir 95% de uma cesta básica; em 1990, era possível apenas 46%.
Com relação aos dados relacionados à qualidade de vida e meio ambiente, um dos indicadores mais preocupantes tem sido o percentual de domicílios com acesso a tratamento de água, esgoto e coleta de lixo. No Paraná, em 2008, o percentual de moradores da área urbana com acesso à rede geral de abastecimento, com canalização em pelo menos um cômodo, era de 96,5%. Na região rural, entretanto, esse percentual cai para 27,45%
No Estado, o item que mais contribui para a inadequação ou acesso a serviços essenciais é a falta de esgotamento sanitário ligado à rede geral ou fossa séptica, que atinge 21% dos moradores urbanos. Mesmo assim, entre 1990 e 2008, houve uma redução de 50% nesse percentual
Com relação à coleta de lixo, 99,2 % dos domicílios urbanos recebem o serviço, enquanto que apenas 35,9% dos domicílios rurais são atendidos.
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