28/11/2008

Nós Podemos Paraná

Iniciativa paranaense para melhorar a saúde das gestantes será apresentada no Egito

Iniciativa paranaense para melhorar a saúde das gestantes será apresentada no Egito

O diretor-superintendente do Sesi-PR, José Antônio Fares, apresenta nesta segunda (1º ) no “World Family Summit + 4” o trabalho do Movimento Nós Podemos Paraná e iniciativas para reduzir a mortalidade materna

O diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria (Sesi) do Paraná, José Antônio Fares, participa, de 1º a 04 de dezembro, da “World Family Summit +4” (Cúpula Mundial da Família 4), no Cairo, Egito. O evento é iniciativa da Organização Mundial da Família e discutirá aspectos que envolvem serviços de saúde materna e infantil baseados em uma família de sistemas de saúde e a comunidade.

Fares apresentará o trabalho do Movimento Nós Podemos Paraná e também a proposta de ação coletiva resultante do encontro “Garantindo a saúde da gestante”, realizado em novembro, em Curitiba. O trabalho paranaense será apresentado dia 1º, no mesmo painel em que serão mostradas iniciativas da Bélgica e da República Dominicana.

“A mortalidade materna é uma preocupação geral. Os indicadores mostram que a situação da gestante não vai bem no Paraná. O Estado é destaque ao promover ações efetivas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mas apesar dos avanços, é necessário um esforço ainda maior para que o Objetivo 5 – redução da mortalidade materna – seja alcançado no tempo previsto”, afirma Fares, ressaltando que somente com a mobilização de todos os setores na efetivação de ações concretas será possível reverter a situação.

As discussões no Cairo terão como foco a mobilização global para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 4 e 5: reduzir a mortalidade infantil e melhorar a saúde das gestantes. Os ODM foram propostos pela ONU e assumidos por 191 países, na Assembléia realizada em 2000. Eles se constituem em metas socioeconômicas, que abrangem as áreas de renda, educação, saúde, gênero e meio ambiente. O prazo acordado para o alcance dessas metas é 2015, mas o Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), estabeleceu antecipar o alcance das metas para 2010.

Mobilização paranaense – Para melhorar os indicadores no Estado, o Sistema Fiep, através do Movimento Nós Podemos Paraná, Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) e Observatório de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), em parceria com o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, promoveu um encontro com profissionais de saúde e representantes dos três setores para propor ações práticas que ajudem a melhorar a saúde das gestantes no Paraná.

Um dos resultados foi a criação da “Rede de Melhoria da Saúde da Gestante Paranaense”, que cuidará de promover ações articuladas entre os diversos atores envolvidos no tema para que o número de óbitos maternos diminua em 75% até 2010.

Entre as ações propostas pelo grupo reunido no encontro destacam-se a criação de Centros Regionais de Referência de Capacitação e Pesquisa para atendimento ao parto humanizado; o monitoramento da gestação de alto risco; a prevenção da hipertensão arterial e de infecções; a garantia de um pré-natal de qualidade, com acompanhamento das gestantes; a qualificação dos profissionais; e a promoção da educação sexual em escolas e empresas, como forma de prevenir a gravidez precoce.

Na próxima sexta-feira (05), integrantes da Rede se reúnem em Curitiba para definir o planejamento 2009/2010 nas sete linhas de ação.

Mortalidade materna no Paraná diminuiu 36,8% desde 1990

Dados do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna revelam uma redução lenta nas taxas de mortalidade. O Pacto Nacional de Redução da Mortalidade Materna e o Objetivo do Milênio nº 5 prevêem uma redução de 75% nas taxas de mortalidade materna até 2015, tendo como referência a razão de mortalidade materna de 1990.

Em nove anos (1990 a 2006), a taxa de mortalidade materna diminuiu 36,8% no Estado. No biênio 2005-2006, foram 62 mortes por 100 mil nascidos vivos, índice elevado se comparado ao aceitável pela ONU, que é de 20 por 100 mil nascidos vivos.

A situação do Paraná, entretanto, não é isolada. No Brasil, cálculos do Ministério da Saúde indicam que são de 50% as chances de atingir, até 2015, a meta da redução da mortalidade materna. Dados oficiais mostram que a taxa de mortalidade materna brasileira era de 128 óbitos por 100 mil em 1990 e atualmente é de 74. Para o cumprimento do objetivo, seria preciso atingir uma taxa de aproximadamente 38.

Dados do Relatório sobre a Situação da População Mundial 2008, divulgados pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), mostram que o número de mulheres que morrem em decorrência da gestação e do parto permanece basicamente inalterado desde 1980. A média é de 536 mil óbitos por ano em todo o mundo. Outros cerca de 15 milhões de mulheres sofrem lesões ou adoecem.

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