Educação
Mundo pode não atingir meta de ensino básico para todos em 2015
Mundo pode não atingir meta de ensino básico para
todos em 2015
Quase 1 bilhão de pessoas não receberão qualquer
tipo de educação formal porque os governos do mundo todo estão deixando de cumprir a promessa de fornecer
educação primária e gratuita a todos até 2015, afirmaram grupos de ajuda na quarta-feira (12).
Em um encontro realizado na capital do Senegal, Dacar, em 2000,
governos de 164 países acertaram várias metas, entre as quais a de fornecer cursos de boa qualidade do ensino
básico para todo mundo e de aumentar em 50 por cento o número de adultos alfabetizados até a metade da
próxima década.
Na metade do caminho antes do fim do prazo, os países mais
ricos não estão cumprindo as promessas de ajudar os mais pobres. E as metas continuam a ser um alvo distante,
segundo a Campanha Global para a Educação (GCE na sigla em inglês), que reúne milhares de sindicatos
de professores e grupos da sociedade civil, entre os quais o Save the Children e a Oxfam.
"Se a performance atual for mantida, perto de 1 bilhão
de pessoas não receberão educação formal durante sua vida, muito menos nos próximos sete
anos", afirmou Nelida Cespedes, uma peruana que integra o quadro de diretores da GCE.
A educação primária universal até 2015
é uma das oito Metas de Desenvolvimento do Milênio acatadas por governos do mundo todo.
O grupo ativista disse em um relatório que 72 milhões
de crianças continuavam sem frequentar o ensino básico e que 774 milhões de adultos -um de cada cinco-
continuam sendo analfabetos.
Apesar de muitas dessas pessoas morarem na África, o estudo
afirmou que vários governos africanos haviam avançado nos esforços para melhorar o acesso à educação.
A publicação do documento aconteceu junto com a realização
de um encontro, em Dacar, de ministros da Educação e especialistas do setor vindos do mundo todo. O evento é
comandado pelo presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, e pelo diretor-geral da Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Koichiro Matsuura.
"Precisaremos de mais 18 milhões de novos professores
até 2015. Desses, 4 milhões apenas na África subsaariana," disse Matsuura durante o encontro, do
qual participaram centenas de milhares de alunos de escola.
Países ricos em falta
Em um relatório divulgado no mês passado, a Unesco
afirmou avanços estavam sendo realizados. Entre 1999 e 2005, o número de crianças matriculadas no ensino
básico aumentou 36 por cento na África subsaariana e 22 por cento no sul e no oeste da Ásia.
Mas a entidade observou que a ajuda estrangeira para o setor educacional
estava "muito aquém dos 11 bilhões de dólares necessários anualmente" e não era
dirigida em volume suficiente à África ou à educação básica.
"O maior culpado disso são os países do G8 (Grupo
dos Oito). Apesar de suas várias promessas, somente um deles, a Grã-Bretanha, está chegando perto de
honrar seus compromissos," afirmou à Reuters, durante o encontro em Dacar, Lucia Fry, conselheira política
da GCE.
Fonte: Globo.com
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