Brasil reduz a pobreza extrema pela metade
País diminui em 52% número de pessoas que recebem até US$ 1 por dia e cumpre
10 anos antes do prazo o primeiro Objetivo do Milênio
O Brasil cumpriu, dez anos antes do prazo estabelecido pela ONU, a meta de reduzir pela metade a porcentagem de pessoas
que vivem em situação de pobreza extrema. Entre 1990 e 2005, caiu em 52% a proporção de brasileiros que ganham menos de 1
dólar PPC por dia (dólares por paridade de poder de compra, que elimina a diferença de custos de vida entre os países). A
informação está na terceira edição do Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2007,
divulgado nesta quarta-feira pelo governo federal.
Em 1990, 8,8% dos brasileiros ganhavam menos de US$ 1 por dia; em 2005, o percentual caiu para 4,2%, apontam os dados
da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) citados no trabalho. Em 2005, 1 dólar por dia PPC equivalia a aproximadamente
R$ 40 mensais. Em termos absolutos, 4,7 milhões de pessoas saíram da condição de extrema pobreza nesses 15 anos, mas 7,5 milhões
ainda permanecem nessa situação, aponta o estudo, elaborado pela Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, com apoio de outros
órgãos do governo e de agências da ONU no Brasil. O primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) prevê que os países
cheguem a 2015 com metade da proporção de pobres de 1990.
O relatório mostra também a variação da pobreza no Brasil de acordo com outro parâmetro, o de um quarto de salário
mínimo per capta por mês. Sob esse critério, a pobreza extrema recuou de 28% para 16% no período.
A queda da pobreza extrema, avalia o estudo, é um efeito da redução dos juros desde 2004, da expansão de políticas
como Bolsa Família e do aumento real do salário, que ampliou também o piso da Previdência e do Benefício de Prestação Continuada -
programa de transferência de renda voltado a deficientes e idosos pobres. A estabilização monetária de 1994 também teve relação
com a diminuição da miséria, apesar de não ter sustentado a tendência de queda: depois de cair por quatro anos seguidos, a
pobreza voltou a subir em 2001.
A diminuição da porcentagem de pessoas que ganham menos de US$ 1 dólar por dia foi acompanhada da redução das desigualdades
em vários níveis. A pobreza caiu mais entre os pretos e pardos do que entre os brancos, por exemplo. Em 1993, 15% dos negros
viviam em situação de pobreza extrema e, em
A redução da pobreza também foi maior na zona. Em
No Nordeste também houve um declínio maior da miséria. A redução da diferença das taxas de pobreza extrema entre
a região e o Sudeste, por exemplo, foi de 59%. Em 1993, era de 18,2 pontos percentuais, e em 2005, 7,5 pontos. "Dada a dimensão
da pobreza extrema no Nordeste, para que a taxa brasileira continue a cair no mesmo ritmo é indispensável que o país mantenha
a queda acelerada na região. Assim, é importante garantir, como nos últimos anos, uma rede de proteção social fortalecida
e o aprimoramento de ações de desenvolvimento regional", afirma o relatório.
Fome
O relatório aponta que a desnutrição infantil vem diminuindo no país. Em 1989, 7,1% das crianças menores de 5 anos
tinham peso abaixo do adequado para sua idade. A proporção caiu para 5,7% em 1996 e 4,6% em 2003. Houve redução de 59,4% nas
internações por desnutrição: elas caíram de 2,61 por mil em 1999 para 1,06 por mil em 2006; o maior declínio foi no Nordeste
(67,2%) e o menor no Centro-Oeste (18,6%).
Brasil e os outros Objetivos do Milênio
ODM 2 - Universalizar a educação primária
Taxa de freqüência escolar líquida
de pessoas de
ODM 3 - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Razão entre as taxas de freqüência
à escola de mulheres e homens em 2005: 100,6 (fundamental), 123,1 (médio) e 130,8 (superior)
ODM 4 - Reduzir em dois terços a mortalidade na infância
Taxa de mortalidade de crianças
menores de 5 anos: 53,7 (por mil nascidos vivos), em 1990, e 28,7 em 2005
ODM 5 - Reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna
Taxa de mortalidade materna: 61,2
(por mil nascidos vivos) em 1997, e 53,4 em 2005
ODM 6 - Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Taxa de prevalência do HIV entre
pessoas de
ODM 7 - Garantir a sustentabilidade ambiental
Proporção de áreas terrestres cobertas
por florestas: 54,2% do território nacional
Proporção da população sem acesso
à água potável: 17,7% (1992) e 10,2% (2005)
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