Ciclo de Estudos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) debate o tema da educação

O primeiro encontro do Ciclo de Estudos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) aconteceu ontem(25), no Teatro Sesi em São José dos Pinhais. O evento, promovido pelo Sesi no Paraná e Faculdade da Indústria IEL, debateu o ODS 4 – Garantir educação inclusiva e equitativa  de qualidade e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos. A atividade também foi transmitida por web conferência.

clique para ampliarO Ciclo de Estudos também foi transmitido por web conferência. (Foto: Divulgação)

Participaram do debate o professor da UTFPR, Marcelo Lambach; o presidente do Instituto Hoper de Educação, professor Cosme Massi, e o professor Eduardo Borgoño Bustos, do Chile. Durante a atividade também foram apresentados os indicadores da área da Educação relacionados às metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), disponíveis no Portal ODM (www.portalodm.com.br). “O Paraná é o quarto estado brasileiro que mais avançou na meta de garantir que todos os jovens, até 16 anos, terminem o ensino fundamental. Mesmo assim, ainda são 27% dos jovens que iniciaram mas não concluíram o ensino fundamental”, salientou a coordenadora do Observatório de Indicadores de Desenvolvimento do Sesi no Paraná, Diva da Paz Vieira.

De acordo com Paulo Bubach, Coordenador de Planejamento do Núcleo Nós Podemos Espírito Santo, a oportunidade foi também uma forma de divulgação. “Além de debater a educação, um tema fundamental para o desenvolvimento do Brasil, possibilitou uma grande divulgação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e do portal ODM que é uma excelente ferramenta para acompanhamento dos indicadores”, destaca. 

Para o professor Cosme Massi, os problemas de acesso à educação podem ser superados mais facilmente do que a melhoria nas taxas de aprendizagem. “O brasileiro lê dois livros por ano; o espanhol, 10 livros. O processo de aprendizagem, a capacidade de trabalhar conceitos, passam, obrigatoriamente, pela leitura”, destacou o professor.

Segundo dados apresentados pelo professor Cosme, de cada 100 alunos do curso de engenharia, 60 abandonam o curso porque não sabem matemática. “Melhorar as taxas de aprendizagem exige que os gestores públicos definam a educação como prioridade”, salientou.

O professor chileno Eduardo Borgoño Bustos comentou algumas aspectos sobre como o Chile conseguiu avanços significativos dos indicadores educacionais. “Hoje, 60% dos alunos em situação de vulnerabilidade têm acesso à educação superior”, salientou o professor. A Política Nacional Docente do Chile prevê que o professor tenha  acompanhamento e  avaliação constantes. Mas, pretendem avançar ainda mais, aproximando-se dos resultados obtidos pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Já o professor da UTFPR, Marcelo Lambach, destacou o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no processo de aprendizagem.  Segundo ele, o uso da tecnologia em sala de aula é quase sempre equivocado: ou se julga que a tecnologia vai solucionar todos os problemas de aprendizagem ou ainda,, por não saber utilizá-la como ferramenta pedagógica, sua utilização é descartada. “O debate precisa considerar, além da formação dos professores, também o novo mundo em que vivemos, que exige uma nova pedagogia”, disse o professor. Para ele, é necessário incentivar o professor a iniciar, ele mesmo, as mudanças que precisam ser feitas. Lembrou, ainda, que Paulo Freire pode ajudar a encontrar soluções que atendam às características do nosso País.

Para a professora da Univel de Cascavel, Elaine Wilges, que assistiu ao encontro por web conferência, o debate sobre o ODS 4 foi muito produtivo. “Este tema deve ser abordado em todos os municípios do estado”, disse.

ODS 16

O próximo encontro do Ciclo de Estudos ODS acontecerá no dia 29 de setembro, a partir das 19h, no Teatro Sesi em São José dos Pinhais. O tema será o ODS 16 – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis, e inclusivas em todos os níveis.

Os ODS foram definidos a partir de consultas públicas realizadas em 50 países, entre eles o Brasil, e pelo portal My World, com o objetivo de reunir as prioridades globais para o desenvolvimento. São 17 objetivos e 169 metas, a serem referendados na próxima reunião de Cúpula da ONU, de 25 a 27 de setembro de 2015.

Os ODS possuem seis grandes eixos:

- Planeta: proteger os ecossistemas para a sociedade e nossos filhos;

- Pessoas: assegurar vidas saudáveis, conhecimento e inclusão de mulheres e crianças;

- Dignidade: acabar com a pobreza e lutar contra a desigualdade;

- Prosperidade: construir uma economia forte, inclusiva e transformadora;

- Justiça: promover sociedades seguras, pacíficas e instituições fortes ;

- Parcerias: promover a solidariedade global para o desenvolvimento sustentável.