Metas do milênio ainda longe do cotidiano
Pesquisa da Market Analysis em parceria com o instituto GlobeScan revela que as metas
do milênio estabelecidas em 2000 pela ONU permanecem ignoradas pela maioria da população mundial. Dos 19 países onde foi realizado
o estudo, o Brasil é o menos familiarizado com o projeto: 75% das pessoas não conhecem o tema. Nas nações desenvolvidas, esse
número cai para 56%.
O programa foi idealizado em conjunto com 189 países e consiste em atingir oito objetivos até
"O apelo de semelhante
conjunto de metas, o endosso público da ONU e a visibilidade do assunto na mídia deduziria que os cidadãos se manteriam atentos
ao assunto, exigiriam a implementação efetiva das medidas e cobrariam dos seus governos pelas realizações ou omissões atingidas.
Infelizmente não foi o que aconteceu", explicou Fabián Echegaray, cientista político e diretor da Market Analysis.
No
Brasil, diferentemente do resto do mundo, o desconhecimento absoluto dos objetivos atinge três quartos dos cidadãos, resultando
no maior grau de ignorância sobre o tema registrado pela pesquisa, apontando a ausência de debate e o espaço que o assunto
ganhou na agenda pública e na mídia.
Mesmo entre regiões com renda semelhante ou até inferior à brasileira o grau de
informação é maior. No Chile e no México cerca de 40% escutaram pelo menos um pouco sobre o assunto - no Brasil esse percentual
reúne apenas 25% dos adultos ouvidos. Outras sociedades como China ou Índia contam com mais da metade da população, exibindo
algum nível básico de conhecimento.
"Uma conseqüência natural disso é que as autoridades nacionais pouco serão cobradas
sobre o cumprimento de tais compromissos", ressalta Echegaray. Os brasileiros avaliam positivamente o papel do governo (53%),
porém trata-se de uma minoria.
Nas outras pátrias a benevolência é menor. Na opinião dos países pobres, excluindo o
Brasil, apenas 45% enxergam favorável a participação do governo. Nos desenvolvidos essa porcentagem avança apenas um ponto
percentual, 46%. Alemães, canadenses e britânicos são os mais satisfeitos com o desempenho dos seus governos no que diz à
realização das metas. Entre os emergentes, só os chineses e indianos ganham em otimismo, porém, nestas regiões o percentual
de adultos que conhecem as metas é maior.
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