Com o objetivo de ampliar o acesso aos direitos garantidos à mulher quanto à assistência em saúde, acesso e conhecimento, a Secretaria de Saúde de Londrina e o Movimento Nós Podemos Londrina, junto com o Comitê de Prevenção da Mortalidade Materno-Infantil de Londrina lançam, no mês de maio, a Campanha para Redução da Mortalidade Materna. O tema deste ano é “Mãe: o Cartão de Gestante é um direito seu”. O Sesi e Senai no Paraná também estão apoiando.
A campanha faz parte das ações voltadas ao dia 28 de maio, que marca o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. O principal objetivo é chamar a atenção da sociedade para o problema das mortes maternas e ampliar o debate público sobre os direitos das mulheres relacionados à gravidez e a saúde plena durante todo esse período.
Para destacar ainda mais a importância de campanhas como esta, o Comitê de Prevenção da Mortalidade Materno-Infantil de Londrina levantou alguns dados. Segundo o Comitê, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 90% das mortes maternas poderiam ser evitadas com atendimento de qualidade e oportuno. Morte materna, de acordo com a mesma Organização, é decorrente de problemas associados à gravidez ou por ela agravados, ocorridos no período de gestação ou até 42 dias após o parto.
A OMS considera aceitável o índice de 20 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos; entre 20 e 49 mortes é considerado médio; entre 50 e 149 mortes é alto e acima de 150, muito alto. Segundo informações do Comitê de Prevenção da Mortalidade Materno-Infantil de Londrina, no triênio 2010-2012, a taxa de mortalidade materna no Brasil foi de 56,6 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, enquanto no Paraná, no mesmo período, foi de 49,7 em, em Londrina, a taxa foi de 42,7 por 100 mil nascidos vivos.
Além disso, os 191 países signatários da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo o Brasil, que pactuaram a declaração de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em 2000, através da Cúpula do Milênio, comprometeram-se a intensificar esforços visando o desenvolvimento global, por meio do acompanhamento de oito metas ou objetivos.
Dentre estas metas, a quinta é “melhorar a saúde materna”, proposta, no início, com o objetivo de reduzir em 75% a taxa de mortalidade materna até 2015. Segundo relatório da OMS, o Brasil conseguiu reduzir 43% no período de 1990 a 2013 e embora tenha havido avanços inegáveis, esse número representa mais que o dobro da mortalidade materna de países desenvolvidos.
Sobre a Campanha - A coordenadora do Comitê, Christiane Lopes Barrancos, ressaltou que o Cartão de Gestante, além de constituir-se em um prontuário de bolso, é uma estratégia que pode garantir melhorias na qualidade do pré-natal, com registros fidedignos da gestação atual e para gestações futuras. “Esse instrumento pode evitar óbitos maternos, infantis e fetais e é um direito de toda mulher”, salientou a coordenadora.
“O cartão da gestante oportuniza para a paciente, familiares e equipe de saúde dos diversos serviços, dados relevantes sobre o histórico médico e de consultas, garantindo uma melhor qualidade do pré-natal e reduzindo riscos à saúde da gestante e do recém-nato”, destacou também. Nele devem constar dados de todos os atendimentos realizados e exames, preenchidos por médicos, enfermeiros, dentistas e demais profissionais da área da saúde, em qualquer atendimento que venha a ser realizado à gestante/parturiente/puérpera.
O Município de Londrina, através do Comitê de Prevenção da Mortalidade Materno-Infantil de Londrina, recentemente atualizou esse instrumento num modelo padrão avaliado por médicos obstetras, pediatras e enfermeiros dos diversos níveis de atendimento (atenção básica, hospitais, Universidades), inclusive com a participação da rede de medicina suplementar (convênios).
Assim, toda gestante tem direito de solicitar o cartão que, após ser aberto, deverá ser preenchido em cada atendimento, com dados sobre o pré-natal e intercorrências.
“Pedimos que as gestantes guardem o cartão, mesmo após o parto e puerpério, pois esse documento conterá informações relevantes para uma gestação atual segura e também para futuras gestações”, disse Christiane, que ressaltou, também, que a luta contra a mortalidade materna é uma longa caminhada.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Londrina
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