“Onde tem gente, tem inteligência, inovação e solução e o principal ativo do desenvolvimento local é o capital humano”. Essa afirmação é da socióloga Tânia Zapata, que abriu o 6º Congresso Nós Podemos Paraná, promovido pelo Sesi, nesta terça-feira (3), no Campus da Indústria, em Curitiba.
Com especialização em desenvolvimento humano em Paris, a socióloga explicou que só se consegue o desenvolvimento de uma localidade a partir da intencionalidade séria e da ação coletiva organizada. “Desenvolvimento é diferente de crescimento. Quando você está conectado em rede, há desenvolvimento; uma pessoa não consegue nada sozinha”, disse durante a abertura do Congresso. “Desenvolvimento se faz com gente, ideias inovadoras, parcerias, articulação de políticas públicas e participação social”, completou.
O evento desse ano, com o tema “Eu pertenço a este município. O que eu faço que contribui com o seu desenvolvimento?”, teve transmissão pela internet e foi acompanhado por mais de 600 pessoas. “Esse ano resolvemos inovar para que qualquer pessoa, em qualquer lugar, pudesse ter acesso ao conhecimento sobre desenvolvimento local”, explica Maria Aparecida Zago Udenal, coordenadora do Movimento Nós Podemos Paraná.
Também participaram do Congresso Caroline Arns de Arruda, representando o Sesi Paraná e Maria Tereza Uille Gomes, Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado do Paraná.
Começar pelo local
Dois casos de sucesso sobre desenvolvimento local foram apresentados durante o evento. Os empresários e proprietários da indústria Paraíso Moda Bebê, de Terra Roxa, no oeste do estado, contaram da trajetória e a mudança que a empresa gerou na economia do município com mais de 16 mil habitantes, que passou do agronegócio para a indústria têxtil.
Celma de Assis Rossato, fundadora e diretora da indústria, aos 17 anos, grávida do primeiro filho, sem condições financeiras de comprar o enxoval, usou sua criatividade e empreendedorismo e iniciou a produção das peças em casa. Hoje, a organização emprega 800 colaboradores diretos e tem ajudado no desenvolvimento da região. “As pessoas foram estudar e viram na empresa uma oportunidade de crescer, mudando a realidade da cidade”, disse Eugênio Rossato, diretor da empresa.
Outro case apresentado foi o da Associação Acolhida na Colônia. A mudança na região da Serra Geral, em Santa Catarina, promovida pela associação composta por 180 famílias de agricultores, valoriza o modo de vida no campo por meio do agroturismo ecológico, resgatando a essência da localidade. A associação ajuda no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 1, 3, 7 e 8. O objetivo número um, por exemplo, que é acabar com a fome e a miséria, é revertido em desenvolvimento local com a geração de renda na agricultura das famílias. “30% da alimentação servida aos turistas deve ser produzida na localidade para valorizar o produtor local e suas famílias”, explica Sebastião Vanderlinde, consultor da Acolhida na Colônia.
A gerente de responsabilidade social do Sesi no Paraná, Sônia Beraldi, encerrou com a palestra “Sustentabilidade e Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – Projeto de Cooperação Internacional entre Sesi e BID”, falando do modelo Sesi de Sustentabilidade para a Competitividade e como guiar micro e pequenas empresas na implementação de práticas sustentáveis.
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