ODM 8 - 14/02/2012

Ação voluntária amplia cidadania

Levantamento feito pelo programa VNU e pela Civicus destaca diversidade dos caminhos e fatores que levam ao voluntariado e considera a ação fundamental ao pleno exercício cívico

 

"Eu sou voluntário porque eu quero um mundo melhor, e sei que só podemos alcançá-lo juntos." A frase de Flávio Lopes Ribeiro, dita durante Assembleia Geral da ONU no dia 5 de dezembro de 2011, resume a motivação do psicólogo que trabalha atualmente como voluntário em um projeto de cooperação do governo brasileiro e do programa de Voluntários das Nações Unidas (VNU) em El Salvador.

"Estou trabalhando para aliviar o sofrimento humano, em contato próximo com pessoas que estão privadas de comida e são vítimas de preconceito, violência e pobreza. Isto é o que os voluntários fazem: doamos nossa energia e habilidades pessoais como um pequeno presente para o mundo, e o que nós recebemos de volta está além das palavras", disse.

O que leva Flávio a praticar o voluntariado (vocação, esperança, solidariedade), a forma como ele desenvolve esse trabalho, através de um programa da ONU, e os caminhos que o levaram a praticá-lo formam apenas um dos muitos conjuntos de razões que norteiam a ação voluntária. É o que constata um estudo recente chamado Broadening Civic Space through Voluntary Action (Ampliando o Espaço Cívico através da Ação Voluntária), realizado em conjunto pelo programa VNU e pela Civicus: Aliança Mundial para a Participação Cidadã.

O relatório aponta que 2011, ano em que foi comemorado o décimo aniversário do Ano Internacional dos Voluntários (AIV+10), viu um aumento do voluntariado em suas diferentes formas em muitos países ao redor do mundo. A publicação destaca exemplos recentes de como o voluntariado socialmente orientado foi conectado ao ativismo direcionado para a mudança, caso das mobilizações populares deflagradas pela crise internacional, como a Primavera Árabe, o movimento Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street) e os diversos protestos no Chile, Grécia, Espanha e Malawi, entre outros.

A publicação também explora como a ação voluntária informal, realizada fora de organizações, pode: levar a uma maior participação dos cidadãos no processo de governança; servir como recurso para ajudar as organizações da sociedade civil a explorar as oportunidades para o engajamento; e sugerir como ambos - ação cidadã voluntária informal e ativismo social dentro das organizações da sociedade civil - podem ser fortalecidos.

O material conclui que os legisladores, doadores, líderes de ONGs e outros envolvidos com a sociedade civil devem ver o voluntariado como uma parte valiosa de um espectro de participação e ativismo social. Isso encoraja um entendimento de que as pessoas se voluntariam por diversas razões, através de uma série de caminhos e a serviço de uma grande variedade de objetivos.

Afirma, ainda, que os principais interessados precisam ter uma compreensão ampla do que constitui a ação voluntária. Este entendimento deve incluir uma gama de possibilidades, que vai desde funções formais de voluntariado em diferentes organizações, serviços menos formais de voluntariado para a comunidade, voluntariado online e até momentos individuais de ativismo.

No Brasil, segundo a análise de Flávio, o voluntariado ainda é pouco difundido. "As pessoas precisam entender qual é a questão central que envolve este tipo de trabalho: o empoderamento social. "Precisamos fortalecer o desenvolvimento social do Brasil, e isso se faz trabalhando em conjunto pelo bem da comunidade. Melhorando a vida alheia estaremos contribuindo para melhorar também a nossa vida."

Fonte: PNUD

 

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