05/09/2006

Saúde

Município zera mortalidade materna e infantil. Santa Amélia, na região Norte, não registra óbito materno e infantil há dois anos

Saúde

Município zera mortalidade materna e infantil


Santa Amélia, na região Norte, não registra óbito materno e infantil há dois anos

 

Zerar a mortalidade materna e infantil é um dos Objetivos do Milênio mais difíceis de ser alcançados. Os hospitais de Santa Amélia, município de 4.500 habitantes no Norte do Paraná, não registram óbitos maternos e infantis há dois anos. A qualidade do trabalho de educação das mães e cuidados a gestantes, bebês e crianças é o diferencial que está possibilitando uma melhor qualidade de vida a gestantes e recém-nascidos.


De acordo com o prefeito do município, Roderjan Luiz Inforzato, Santa Amélia não registra óbito em gestantes desde 1997. "Nosso sucesso deve-se ao atendimento oferecido às mulheres em idade fértil, não apenas às gestantes", afirma Inforzato, lembrando que todas as mulheres fazem exames periódicos de útero, câncer de mama e ginecológico.

Além disso, todas as mulheres têm acesso ao pré-natal. "O que importa não é somente o acesso, mas a qualidade. Melhoramos a qualidade do pré-natal e, com isso, reduzimos as mortes por causas pré-natais", diz o prefeito.


Inforzato ressalta a importância do trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Pastoral da Criança. Segundo ele, até 2004, a taxa de mortalidade infantil era elevada no município: 24,62 óbitos para cada mil nascidos vivos. No Paraná, esse índice era de 19,3 em 2003. "Quando diagnosticamos uma criança em situação de risco, desnutrida e com baixo peso, encaminhamos uma equipe do Programa Saúde da Família e da Pastoral para fazer uma avaliação e, se necessário, encaminhamos a criança para tratamento".

O trabalho da Pastoral da Criança teve papel fundamental na queda da mortalidade infantil. "Todos os meses a Pastoral pesa e mede as crianças. Esse trabalho de acompanhamento nutricional é bastante eficiente. Quando a criança está abaixo do peso ou da altura certa para a idade, ela é encaminhada para os serviços de saúde e social da prefeitura", conta.

Os trabalhos desenvolvidos em Santa Amélia estão servindo de inspiração para os participantes do projeto Nós Podemos Paraná - Núcleo Regional de Bandeirantes. Municípios vizinhos estão trocando experiências e esperam diminuir os índices de mortalidade em sua população o quanto antes.

O Nós Podemos Paraná é uma proposta do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, órgão consultivo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, realizado pelo Sistema Fiep e pelo Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD). O acompanhamento dos indicadores de sustentabilidade em todo o Estado é realizado pelo Orbis.

Exemplo - No Paraná, outros 30 municípios já cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio relacionado à mortalidade infantil, de acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Entre 1991 e 2000, eles reduziram em mais de dois terços a proporção de crianças que morrem antes de completar cinco anos de idade. Esses municípios atingiram a meta com 15 anos de antecedência.

Um dos que mais reduziu a proporção de mortes entre crianças foi Quatro Pontes. A cidade, que tem 3,6 mil habitantes e fica no extremo Oeste do Estado, conseguiu diminuir a taxa de mortalidade em 78,6% entre 1991 e 2000. O número de óbitos a cada mil nascidos vivos despencou de 32,8 para 7,0. A cidade vizinha Entre Rios do Oeste foi a segunda que mais reduziu a taxa. O município, de apenas 3,3 mil habitantes, diminuiu a mortalidade até cinco anos em 77%. O total de mortes caiu de 32,8 para 7,5 a cada mil nascidos vivos.

  

Municípios que reduziram a taxa de mortalidade infantil

 

  1. Quatro Pontes: -78,6%
  2. Entre Rios do Oeste: -77%
  3. Tamboara: -76,6%

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