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Reduzir a mortalidade materna e infantil e gerar emprego e renda à população. Estes foram os principais desafios assumidos pela região sudoeste do Estado durante as discussões do Círculo Paranaense dos 8 Jeitos de Mudar o Mundo, que aconteceu nesta quinta-feira (08) em Coronel Vivida. O evento, que encerrou a série de 17 encontros em todas as regiões paranaenses, registrou o terceiro maior público do Estado: 350 pessoas entre lideranças políticas, empresariais, estudantes e comunidade em geral participaram das discussões.

"Só mudamos a realidade a partir do conhecimento do mundo em que estamos. Ninguém melhor que a comunidade, as prefeituras e lideranças locais para conhecer as fortalezas e problemas a serem resolvidos em cada região", afirma o diretor superintendente do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD), Rodrigo Santos da Rocha Loures, destacando a importância da participação da comunidade para o sucesso do projeto.

Rocha Loures avalia que a região sudoeste do Estado está bem nas áreas de educação e igualdade de gênero entre as mulheres, mas tem muito a melhorar na questão da mortalidade materna e infantil e geração de emprego e renda. "Em 2000, 91% das crianças na faixa dos 7 a 14 anos estavam freqüentando o ensino fundamental, mas ainda é necessário investir no ensino médio, pois apenas 47,1% dos jovens da região entre 15 e 17 anos estavam na escola", lembra.

Levantamento realizado pelo Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), aponta que entre 1990 e 2003, a taxa de mortalidade infantil em menores de 5 anos na região diminuiu de 25,21 óbitos para cada 1000 nascidos vivos para 24,78. Se continuar neste ritmo, a região não alcançará a meta da ONU de 8,4. Outro dado preocupante é que uma em cada quatro mães é adolescente.

Para o representante da Associação dos Municípios do Sudoeste, Vilmar Cordasso, os Objetivos do Milênio podem ser resumidos em três grandes temas: educação, saúde e desenvolvimento. "Sem estes três pilares é uma ilusão pensarmos que vamos mudar nossa realidade. O desenvolvimento dá oportunidade às pessoas de mostrarem as potencialidades e mudarem de vida".

            O vice-presidente executivo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e coordenador regional da Fiep em Pato Branco, Cláudio Petrycoski, afirma que os resultados das discussões serão realmente conhecidos após a reunião do Núcleo Regional e da continuidade dos trabalhos. "A implementação das ações sugeridas aqui depende do envolvimento dos participantes e das esferas pública, empresarial e acadêmica. Só a partir daí poderemos medir os indicadores e verificar se houve progresso".

Já ocorreram encontros na Região Metropolitana de Curitiba, Irati, Guarapuava, Toledo, Bandeirantes, Curitiba, Paranavaí, Umuarama, Campo Mourão, Apucarana, Paranaguá e Ponta Grossa. Nestas regiões, foram formados Núcleos Regionais que serão os responsáveis por coordenar a execução das ações prioritárias propostas pelos participantes. "Cada núcleo tem o desafio de, através da mobilização da região, atingir os Objetivos. Eles são multiplicadores das ações e projetos definidos e responsáveis pela articulação entre empresas cidadãs, poder público, ONGs e movimentos sociais", afirma Rocha Loures.

O evento é uma proposta do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), órgão consultivo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), realizado pelo Sistema Fiep e Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD), e visa propor ações que possibilitem ao Paraná cumprir os Objetivos da ONU até 2010, antes do prazo estabelecido de 2015.