22/05/2006

Nós Podemos Paraná

Guarapuava define ações para alcançar Objetivos sa ONU

Guarapuava define ações para alcançar Objetivos sa ONU


O município de Guarapuava participou nesta quinta-feira (18) do Círculo Paranaense dos 8 Jeitos de Mudar o Mundo. Os participantes definiram as ações prioritárias para a região, composta por 25 municípios, que possibilitem o alcance dos Objetivos da ONU até 2010, antes do prazo estabelecido de 2015. Os principais desafios assumidos contemplam a erradicação da fome, universalização da educação, participação efetiva da mulher em todas as esferas da sociedade em igualdade de condições, diminuição da mortalidade materna e infantil, combate à Aids e preservação da biodiversidade.

O evento é uma proposta do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), órgão consultivo do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), realizado pelo Sistema Fiep e Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD), que tem como principal objetivo a conscientização da população em relação aos objetivos e à formação de uma rede voluntária estão comprometida com o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Estado. "O Paraná, em relação aos Estados do Sul do país tem os menores índices de desenvolvimento humano da região. Com este movimento, seremos pioneiros, daremos a volta por cima e vamos atingir os 8 Objetivos do Milênio até 2010", afirma o diretor superintendente do IPD, Rodrigo Santos da Rocha Loures.

O vice-presidente executivo da Fiep e coordenador da Fiep em Guarapuava, Célio Teixeira Cunha, destaca a importância de discutir os problemas da região. "Não podemos pensar em paternalismo, que as outras pessoas vão solucionar os problemas. Temos que fazer com que a população se conscientize de que a busca para a solução dos problemas depende de cada um de nós, e não somente das autoridades".

O secretário municipal de Indústria e Comércio de Guarapuava, Mauro Cláudio Temochko, acredita que o encontro vai contribuir para a mudança da realidade na região. "Temos hoje aqui representantes de vários municípios. É a partir daí que vamos começar a mudar, conhecendo um pouco mais nossas deficiências e onde poderemos melhorar".

Cunha ressalta que a região ainda carece de recursos e precisa ser melhor atendida. "Dos quase 40 mil usuários de energia elétrica na região, 12 mil estão abaixo da linha de pobreza e tem tarifa zero na conta. Temos que reverter esta situação". Rocha Loures afirma que entre 1991 e 2000 a maioria dos indicadores na região já avançou. "Já estamos vivendo um processo de transformação da realidade social, mas dependemos do nosso próprio esforço e capacidade regional para articular o desenvolvimento social e econômico do futuro", diz.

Indicadores - De acordo com levantamento realizado pelo Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), na região de Guarapuava, o percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza diminuiu entre 1991 e 2000, mas ainda falta bastante para se alcançar a meta de 28%. Em 1991, 56% da população encontrava-se nesta faixa, contra 44% em 2000. Segundo a coordenadora executiva do Orbis, Luciana Brenner, apesar da melhoria nos indicadores, "não podemos nos contentar com esta situação e precisamos nos articular para atingirmos o desenvolvimento sustentável".

Com relação à educação, 87,1% das crianças na faixa dos 7 a 14 anos estavam freqüentando o ensino fundamental na região em 2000, contra 74,2% em 1991. No ensino médio, a situação era mais complicada: apenas 35,2% dos jovens entre 15 a 17 anos estavam na escola em 2000. Se comparado com 1991, esse índice já aumentou. Naquele ano, apenas 8,5% dos jovens cursavam o ensino médio. No ensino superior, a taxa de matrícula ainda é baixa: em 1991, 2% dos jovens estavam na universidade, e em 2000, essa taxa subiu para 4,6%. Apesar de a taxa de matrícula ser relativamente alta na região, em 2000, apenas 47,9% dos adolescentes de 15 a 17 anos tinham concluído a 8 série. Em jovens de 18 a 24 anos, esse índice era de 49,5%.

Na região não há problemas de desigualdade de gênero na educação. Pelo contrário, há até mais mulheres na escola. Entretanto, com relação à remuneração, as mulheres ainda ganham menos que os homens. Em 1990, o salário das mulheres correspondia a 63,9% do salário masculino para as mesmas funções. Em 2004, esse percentual era de 79,9%.

O levantamento do Orbis aponta ainda que entre 1990 e 2003, a taxa de mortalidade infantil na região diminuiu de 44,3 óbitos para cada 1000 nascidos vivos para 28,1, faltando bastante para alcançar a meta de 14,8 mortes. A expectativa de vida ao nascer aumentou na região entre 1991 e 2000, mas ainda é inferior à do Estado. Na região de Guarapuava, em 1991, a expectativa de vida era de 62,9 anos, contra 67,7 anos no Paraná. Em 2000, esse índice subiu para 66,5 anos, mas continuou inferior à expectativa do Estado: 70,3 anos. Com relação à mortalidade materna, um dado preocupante: uma a cada quatro mães é adolescente.

Na região, em 2000, 61,7% dos moradores não tinham acesso à rede de esgoto e 4,1% não tinham acesso à água tratada ligada à rede geral canalizada em pelo menos um cômodo. No Paraná, 25% da população não tem acesso ao esgoto canalizado, e 3%, à água tratada.

Próximos encontros - Dando continuidade à programação do Círculo Paranaense dos 8 Jeitos de Mudar o Mundo, os próximos encontros acontecem na próxima terça-feira (23) em Toledo e Bandeirantes.

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