Irati discute Objetivos do Milênio
O município de Irati, na região sudeste do Estado, participou nesta quinta-feira (11) do Círculo
Paranaense dos 8 Jeitos de Mudar o Mundo. Cerca de 270 pessoas entre lideranças políticas, empresariais, estudantes e comunidade
em geral participaram dos diálogos visando articular ações que permitam ao Paraná cumprir os Objetivos da ONU até 2010, antes
do prazo estabelecido de 2015. O evento é uma proposta do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), órgão consultivo
do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), realizado pelo Sistema Fiep e Observatório Regional Base de
Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), programa do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD).
O principal objetivo
dos encontros é tornar o Paraná referência em qualidade de vida e sustentabilidade. "As mudanças ocorrem somente com o conhecimento
da realidade e problemas da região. O diálogo e a troca de experiências entre os participantes são de extrema importância
para o desenvolvimento de projetos futuros que visem o cumprimento dos Objetivos", afirma o diretor superintendente do IPD,
Rodrigo Santos da Rocha Loures.
O vice-presidente executivo da Fiep e coordenador regional da Fiep em Irati, Enezito
Ruppel, acredita que a iniciativa trará melhorias para a região. "Por ser uma região carente, esse evento é importante não
só para o desenvolvimento social, mas também econômico. Todas as ações propostas hoje serão levadas às comunidades e ajudarão
na melhoria dos indicadores sociais", diz.
De acordo com o vice-presidente da Fiep e presidente do Sindicato patronal
da madeira de Irati, Marcos Dalegrave Góes, os Objetivos são oito maneiras simples de mudar o mundo, e a transformação depende
de cada uma das pessoas que participa das discussões. "O ano de 2010 é nosso limite, mas com a participação massiva da população
poderemos atingir os Objetivos bem antes".
Até junho, serão realizados 17 encontros, em 10 regiões estratégicas do
Estado, chamados de Círculos de Diálogo, formados pelas lideranças locais, que terão a missão de transformar as propostas
em ações.
Como resultado, serão definidos projetos e constituídos Círculos Integrados de Desenvolvimento, compostos por
representantes de cada um dos oito objetivos, os quais terão a responsabilidade de apoiar e garantir a execução das ações
e projetos.
Indicadores - De acordo com levantamento realizado pelo Observatório Regional Base de
Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), na região de Irati, o percentual de pessoas abaixo da linha da pobreza diminuiu entre
1991 e 2000, mas ainda falta pouco para se alcançar a meta de 33%. Em 1991, 65% da população encontrava-se nesta faixa, contra
38% em 2000. Segundo a coordenadora executiva do Orbis, Luciana Brenner, apesar da melhoria nos indicadores, "não podemos
nos contentar com esta situação e precisamos nos articular para atingirmos o desenvolvimento sustentável".
Com relação
à educação, 87,1% das crianças na faixa dos 7 a 14 anos estavam freqüentando o ensino fundamental na região em 2000, contra
77,4% em 1991. No ensino médio, a situação era mais complicada: apenas 39,6% dos jovens entre 15 a 17 anos estavam na escola
em 2000. Apesar de a taxa de matrícula ser relativamente alta na região, em 2000, apenas 55,5% dos adolescentes de 15 a 17
anos tinham concluído a 8 série. Em jovens de 18 a 24 anos, esse índice era de 47,8%.
Na região não há problemas de
desigualdade de gênero na educação, pelo contrário, há até mais mulheres na escola. Entretanto, com relação à remuneração,
as mulheres ainda ganham menos que os homens. Em 1990, o salário das mulheres correspondia a 70,3% do salário masculino para
as mesmas funções. Em 2004, esse percentual era de 79,8%.
O levantamento do Orbis aponta ainda que entre 1990 e 2003,
a taxa de mortalidade infantil na região diminuiu de 30,7% para 14,24%, faltando pouco para alcançar a meta de 13%. Com relação
à mortalidade materna, um dado preocupante: 20% das mães são adolescentes.
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