clique para ampliar Presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures destaca que o PR será o primeiro Estado a alcançar os ODM (Foto: Gilson Abreu) |
As novas oportunidades de negócios com foco nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram temas do Fórum das Indústrias, realizado quinta-feira (19), no Cietep, dentro do 3º Congresso Nós Podemos Paraná. Cerca de 100 empresários, profissionais de empresas e dirigentes de sindicatos empresariais participaram do encontro, que teve a presença, também, do assessor da Presidência da República, Olavo Perondi (que representou o presidente Lula), dos presidentes do Sistema Fiep, Rodrigo Rocha Loures, e do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, Victor Barbosa, e do prefeito de Maringá, Silvio Barros.
A representante do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), Maria Celina Arraes, apresentou o projeto de trazer para o Brasil a plataforma "Business Call Action", criada nos Estados Unidos para dar visibilidade internacional às empresas que desenvolvem negócios inclusivos. Rocha Loures mostrou aos empresários os resultados alcançados pelo Movimento Nós Podemos Paraná e o presidente do Instituto Brasileiro de Ação Municipal e Gestão Pública, Roberto Amaro, falou sobre a criação de institutos e fundações empresariais, que abrem acesso aos recursos, a fundo perdido, do Governo Federal e de estatais, para investimentos sociais.
"Existe uma preocupação do Sistema Fiep, e que se traduz numa linha de atuação do Sesi, que é de ofertar às empresas ferramentas que permitam dimensionar o retorno do investimento social corporativo", disse o diretor-superintendente do Sesi-PR, José Antonio Fares. No ano passado os institutos empresariais investiram R$ 2 bilhões, segundo levantamento de organizações que atuam neste setor.
"É um montante expressivo, mas o difícil é medir o impacto desses investimentos para o negócio das empresas", disse Fares. Ele explicou que o Sesi possui três fontes de pesquisa para medir a efetividade dos projetos sociais: o Modelo Sesi de Sustentabilidade no Trabalho e a Pesquisa Qualidade de Vida do Trabalhador da Indústria, que medem o impacto dos projetos sociais junto aos colaboradores das empresas e seus familiares, e o Observatório de Indicadores de Sustentabilidade, que avalia o impacto de projetos desenvolvidos pelas empresas junto à comunidade. "São ferramentas essenciais, que podem ajudar as empresas a pensarem no investimento social como parte integrante da estratégia de negócios", disse Fares.
Impacto - Maria Celina Arraes explicou que a plataforma "Business Cal Action", de visibilidade aos negócios inclusivos, resulta de uma parceria entre o PNUD, a Fundação Clinton, as agências de cooperação do Reino Unido e da Austrália e o Fórum Internacional de Lideres Empresariais. "A idéia é trazer o projeto para o Brasil como forma de estimular investimentos das empresas em negócios inclusivos, ou seja, que incluam pessoas pobres como consumidores, como empreendedores, distribuidores", explicou ela.
A articulação para trazer o projeto ao Brasil é do PNUD, da Fundação Dom Cabral, da Fundação AVINA (que promove o desenvolvimento sustentável) e do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). No encontro, os empresários assistiram vídeos sobre cases de empresas que implantaram projetos capazes de gerar, ao mesmo tempo, resultados nos negócios e impacto no desenvolvimento local e na vida das pessoas.
A Reuters Market Light desenvolveu um sistema de informações para enviar a pequenos agricultores indianos mensagens, por celular, sobre preços, mercados, clima. O serviço custa 4 dólares e resultou em mais produtividade e renda para os produtores. Já existem mais de 300 mil assinantes e o faturamento da empresa com o serviço chega a 1 milhão de dólares.
O declínio da produção de cacau em Gana, na África, reduzia a matéria-prima para a fábrica local da Cadbury Chocolates. A empresa investiu na melhoria das condições de vida nas comunidades de produtores, com projetos de educação, infraestrutura e estimulo ao cooperativismo. A produtividade das lavouras de cacau dobrou e a empresa tem expectativa de um faturamento adicional de 350 milhões de dólares ao ano.
À frente - Ao apresentar os resultados do Movimento Nós Podemos Paraná, o presidente do Sistema Fiep lembrou que o Estado é a única região, do mundo, a alcançar as metas do milênio, em menor tempo. "Isso é uma conquista das indústrias, através do Sesi, que é quem faz a articulação e a mobilização da população em torno deste tema", disse Rocha Loures.
Os Objetivos do Milênio são metas pactuadas pela ONU, no ano 2000, para priorizar a eliminação da forme e da extrema pobreza até 2015. O Movimento Nós Podemos Paraná foi criado em 2006 para mobilizar a sociedade em torno de projetos que contribuam para o Estado alcançar as metas até 2010. "Nós conseguimos isso. Alcançamos a maioria das metas. Apenas a meta de redução da mortalidade materna necessita de esforço maior", disse Rocha Loures.
O trabalho do Observatório Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), do Sesi-PR, foi outra importante contribuição do Paraná para o alcance das metas. "O Orbis organizou indicadores que mostram como está a situação de cada um dos Objetivos do Milênio em todos os municípios brasileiros. É uma ferramenta de extrema valia para nortear as prefeituras e os investimentos sociais das indústrias, pois é pode nortear os projetos sociais", disse Rocha Loures.
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