clique para ampliar Reunião de avaliação aconteceu em Curitiba (Foto: Sofia Ricciardi) |
Das 27 unidades federativas brasileiras, sete conseguiram reduzir pelo menos à metade, entre 1991 e 2008, a proporção
da população com renda familiar inferior a R$ 255 (meio salário mínimo), meta estabelecida pelo
primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujos cumprimentos são previstos até
2015, revela o coordenador do Orbis (Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade), Alby Rocha, durante
reunião de avaliação do 3º ciclo de Seminários Estaduais de Acompanhamento dos ODM, que aconteceu
no dia 11 de julho em Curitiba.
Dos sete estados, seis ficam no eixo Sul-Sudeste: Santa Catarina lidera os avanços,
com 67%, seguido de Paraná (60%), Rio Grande do Sul (54%), Minas Gerais (53%), Espírito Santo (51%) e Rio de
Janeiro (50%). Goiás é o único de outra região a alcançar o objetivo 1, com progresso de
53%.
"Já São Paulo não avançou tão rapidamente", explica Rocha. A maior metrópole
do país teve resultados bem inferiores: reduziu a pobreza em 30%. O estado possui 5,7 milhões de pobres, sendo
que 1,63 milhão de pessoas possuem renda familiar mensal menor que R$ 127,5.
Se Santa Catarina foi o estado
que apresentou melhor resultado, Roraima seguiu a direção inversa, com queda de apenas 4% no indicador de pobreza
no período analisado. Em compensação, é o que apresenta o menor número de pobres no Brasil:
160 mil. Na região Norte, o Tocantins ficou perto de alcançar a meta, com avanço de 46% no objetivo 1.
Com
exceção do Distrito Federal (25%), as outras três unidades federativas do Centro-Oeste fizeram progresso
considerável. Goiás ultrapassou a meta, enquanto Mato Grosso (49%) e Mato Grosso do Sul (48%) quase chegaram
lá. Por outro lado, o DF é quem possui menos pessoas sob a linha de pobreza na região, com 465 mil.
Já
o Nordeste continua apresentando os menores avanços do país. O estado que mais se aproximou da meta 1 foi o
Rio Grande do Norte (39%), enquanto o que ficou menos perto foi Alagoas. Em todas as unidades federativas nordestinas, cerca
de metade da população se encontra abaixo da linha de pobreza, indicam os dados das sínteses estaduais
da região, quando confrontados com estimativas populacionais do IBGE de 2007.
Ciclo de seminários
estaduais
O 3º ciclo de seminários estaduais terminou no dia 10 de junho com quatro reuniões estaduais –
em Curitiba, Natal, Vitória e Rio Branco. Cada unidade federativa abrigou uma edição do evento, durante
as quais foram apresentados os dados contidos na respectiva síntese estadual.
Ao todo, sete mil pessoas participaram
dos seminários. Para Maria Aparecida Zago Udenal, que faz a articulação do Movimento Nacional pela Cidadania
e Solidariedade na Paraíba, o ciclo foi muito positivo. "Foi interessante para as pessoas poderem conhecer como estão
os seus estados. O círculo de diálogos ajuda a engajar a sociedade no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio", afirma.
Os seminários também discutiram como trabalhar os ODM na gestão municipal
e como a indústria e o setor privado podem atuar mediante seus projetos de responsabilidade social. Ao fim do terceiro
ciclo, ficou definido que Curitiba abrigará um projeto-piloto de workshop, em 17 de agosto, que terá apoio do
PNUD e buscará mostrar às indústrias paranaenses como elas podem ajudar a alcançar os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio.
Já a coordenadora da unidade de planejamento do PNUD, Maria Celina Arraes,
afirma que os seminários ajudam a enfrentar o desafio da municipalização dos ODMs, levando em consideração
as diferenças locais para o cumprimento das metas.
Por sua vez, o assessor da Secretaria Geral da Presidência
Davi Schmidt acredita que os núcleos estaduais de auxílio aos ODM, representados por movimentos como o Nós
Podemos, saem fortalecidos com a iniciativa. Ele também elogiou a quantidade de informação disponível
para planejar ações que ajudem a atingir os objetivos fixados pela ONU até 2015.
Fonte: PNUD
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