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Brasil24/01/2011

Aftosa no exterior faz país rever estratégia

Surgimento de focos em países que eram considerados livres da doença coloca em xeque intenção do Brasil de suspender vacinação em alguns estados

Luiz Silveira lsilveira@brasileconomico.com.br

Três grandes importadores de carne que impõem restrições ao produto brasileiro por conta do suposto risco de febre aftosa estão neste momento sofrendo ou se recuperando de focos da doença: Japão, Coreia do Sul e União Europeia (UE).Os três incidentes ocorrem enquanto o Brasil negocia a abertura parcial desses mercados para a sua carne suína, o que pode colocar em xeque as barreiras contra o país e os sistemas de controle dos importadores.

Mas o reflexo mais direto desses incidentes no Brasil ocorre sobre a política de vacinação contra a aftosa, já que vários estados estudam parar de vacinar seus rebanhos contra a doença.

Tanto a Coreia do Sul quanto o Japão e a Bulgária—onde surgiu o foco na UE — não vacinam seus animais contra a febre aftosa. Para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), as regiões que são livres da doença sem usar a vacina possuem um status sanitário superior àqueles que aplicam a proteção viral, e por isso têm acesso a um número maior de mercados. Nenhum desses três mercados recém-infectados importa carne suína brasileira justamente porque o país utiliza a vacinação de seu rebanho.

Mas os exemplos que vêm desses países mostram os riscos de abandonar a vacinação. O Japão conseguiu controlar a doença em 70 dias, e desde 5 de julho do ano passado não registrou mais nenhum caso. Já a Coreia do Sul, que demorou um mês para decidir vacinar seus rebanhos, viu a doença se espalhar de norte a sul do país e já abateu 2 milhões de animais desde o último dia 29 de novembro. O governo estima que o país destruiu mais de 12% do seu rebanho e perdeu mais de US$ 1 bilhão.

No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz avaliar com cautela a redução e posterior suspensão da vacina em determinados estados. Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, por exemplo, já pediram para diminuir a vacinação para seguir Santa Catarina, que desde 2007 é reconhecido pela OIE como zona livre de aftosa sem vacinação.

No ano passado, os EUA abriram seu mercado para a carne in natura catarinense, reconhecendo o status dado pela OIE. “A não-vacinação é o futuro, mas a determinação do ministro Wagner Rossi é trabalhar firme para não haver recuos”, afirma o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim. Segundo ele, o ministério vai avaliar os pedidos dos estados com cuidado, já que suspender a vacinação compulsória exige medidas auxiliares de controle e resposta à aftosa.

“Acho bom que haja pressão para que os estados reforcem seus sistemas de vigilância sanitária e resposta a emergências”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. Para ele, áreas sem vacinação “terão a doença, mais cedo ou mais tarde”, por isso é importante estar preparado para dar uma resposta rápida ao problema.

A Coreia do Sul, por exemplo, preferiu não adotar a vacinação assim que encontrou o primeiro foco da aftosa, para que pudesse recuperar mais rapidamente o seu status, o que mostrou-se um erro. “Cinco anos após deixar de vacinar, todo o rebanho já é suscetível à aftosa e o controle passa a ser feito apenas no trânsito de animais”, diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani. “Há estados prontos para isso e outros não”, afirma Camargo Neto.

Fonte: Brasil Econômico, 18/01/2011

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