O Sesi Paraná reuniu, nesta quarta-feira (23), profissionais de RH e empresários para conversar sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O 8º Reatiba – Reabilitação, Tecnologia e Inclusão, realizado pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), conselho temático da Fiep, aconteceu na semana em que se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. “O Sesi já trabalha com esse tema pela diversidade nas indústrias e temos que sair desse evento com a responsabilidade de multiplicar isso para outros empresários”, destacou José Antonio Fares, superintendente do Sesi Paraná.
O evento foi aberto pelo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª região, Ricardo Thadeu da Fonseca, que falou sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e o sistema de cotas. “As empresas são espaços democráticos de convivência e com as cotas estamos tentando fazer sobreviver o sistema de direitos humanos”, explicou. Fonseca elogiou o caso do banco HSBC que conseguiu extrapolar a cota de pessoas com deficiência e chegou a ter 2.700 funcionários com deficiência em seu quadro.
O coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná (SRTE/PR), Cassiano Gonçalves, falou sobre os procedimentos de Auditoria na Fiscalização da Lei de Cotas e ressaltou que as empresas que não cumprem a lei podem ser multadas em até 200 mil reais. “O importante é não confundir dificuldade com viabilidade, isso depende do engajamento das empresas”, disse. No Paraná existem 2.600 empresas com mais de 100 empregados que devem respeitar a lei de cotas para pessoas com deficiência e estão sujeitas à fiscalização do MTE.
A secretária especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba, Mirela Prosdócimo, apresentou uma pesquisa de inclusão no mercado de trabalho e oportunidades de qualificação e colocação de pessoas com deficiência em empresas de Curitiba e região metropolitana.
Para Marta Gil, consultora e autora do livro “Caminhos da Inclusão”, que abordou o tema “inclusão na prática”, a lei de cotas deve ser vista como forma “solucionática”, para ser visto como uma solução, e não como um problema. “A inclusão melhora o clima organizacional da empresa, a acessibilidade e adaptação, além de reforçar a imagem positiva da marca”, destacou. (Confira a apresentação de Marta Gil aqui).
A Dudalina, empresa catarinense do ramo têxtil, realiza, por meio de uma parceria com o Programa Senai de Ações Inclusivas (PSAI), a qualificação de pessoas com deficiência na fábrica de Terra Boa, na região de Cianorte. Essa unidade tem 650 colaboradores, dos quais 15 são surdos, e que deverão participar do curso de qualificação profissional em Confecção Industrial. “Não ficamos esperando que eles nos procurem. Muitas vezes, quando alguém nos indica um possível colaborador PcD, vamos até a casa dele, para convidá-lo a ir até a empresa, conhecê-la e participar de um processo seletivo”, explica Diogo Fontanella da Silva, supervisor de RH da empresa.