Reunião Inter núcleo online – Impactos da Covid- 19 nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A Pandemia do Covid-19, reporta números realmente preocupantes para o Brasil que já registra mais de 300 mil casos confirmados provocando até o presente cerca de 20 mil mortes, e isso nos remete a uma série de questões que já se refletem no panorama socioeconômico e que requerem engajamento social e novas estratégias de enfrentamento pelo poder público, empresas e organizações da sociedade civil.
Nesse contexto é que no dia 21 de maio ocorreu a primeira Reunião Online CPCE. Com um tema de grande interesse o “encontro reuniu” Farley Nobre da UFPR, Rodrigo Bonfim do Hospital Pequeno Príncipe, Giovana Punhagui da área de educação do SESI, Gustavo Brandão da Mentoris Educação e Desenvolvimento, Pedro Salanek Filho, professor e consultor financeiro, Mayra Souza da Seed Consultoria e também o diretor geral do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, Sr. Rui Brandt que logo após a fala de abertura da coordenadora executiva Rosane Fontoura saudou os participantes e comentou sobre a importância do ODS 17 que trata de parcerias no sentido de que juntos podemos contribuir para mitigar os impactos da pandemia assim como vem ocorrendo o esforço global e local na busca pela “cura”.
Estamos em processo de aprendizagem nesse novo momento digital e em decorrência disso houve alguns problemas de acesso a essa primeira live, contudo, é assertivo afirmar que todos estão em busca da melhoria contínua e de novas estratégias para que haja uma aproximação dos conselheiros CPCE em prol da responsabilidade social corporativa.
Cabe ressaltar ainda que o CPCE está realizando o mapeamento das boas práticas das instituições conselheiras. Para cadastrar sua organização acesse o link: https://forms.gle/C8fRqGS7B9xz3fP49
Dando início as tratativas o palestrante, Sr. Farley Nobre explanou acerca do ODS1 que trata sobre a questão da pobreza e trouxe a informação publicada pela a Organização Mundial de Saúde -OMS em um relatório, no qual lê-se que desde a década de 90 o mundo vem avançando nos índices de redução da pobreza, contudo esses índices serão comprometidos e os resultados de longas décadas de trabalho por parte de diferentes organizações será minado devido aos efeitos da pandemia. Também ponderou que entre 2018 e 2020 haverá uma inserção de cerca de 85 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza (U$ 1,90) e que isso requer conscientização dos líderes mundiais e dirigentes de organizações do setor produtivo assim como uma mudança em nosso modelo econômico.
Acerca do ODS3 que trata de saúde e qualidade de vida, Rodrigo Bonfim comentou sobre as metas abarcadas nesse objetivo e salientou que estas devem ser revistas e incutidas nas organizações de forma que se possa avançar mesmo diante da pandemia. Comentou sobre a atuação do Hospital Pequeno Príncipe e sobre a necessidade de que todos entendam que que fatores sociais, ambientais e econômicos caminham juntos e que a iminência de crise, ou seja, situação em que as necessidades projetadas excedem os recursos existentes, exige dos gestores públicos uma reflexão sobre as vulnerabilidades do sistema de saúde e as contingências que serão necessárias para atender a essas demandas.
Com relação a educação no tocante ao ODS 4, a palestrante convidada, Giovana trouxe reflexões importantes em sua fala como os desafios da inclusão à tecnologia a toda a população de estudantes que nesse momento encontra-se impossibilitada de frequentar as instituições de ensino. Chamou a atenção para a flexibilidade no sentido de que todos precisam se adequar e buscar formas de transmitir e receber conhecimento; uma reinvenção do ser professor e do aluno, mas que também a preocupação com o conteúdo programático precisa estar lado a lado com a preocupação com engajamento dos alunos.
O palestrante Gustavo Brandão fez sua abordagem relacionada ao ODS 10 – Redução das desigualdades e chamou a atenção para o fato de que o Brasil ocupa a 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) segundo o PNUD, sendo também o 7º país mais desigual do mundo segundo o índice de GINI. Sendo assim a mudança de perspectiva não é simples e será ainda mais desafiadora pós Covid – 19, mas contribuir para a redução das desigualdades é papel de todos e os resultados serão percebidos a partir do engajamento e da responsabilidade em encontrar caminhos e respostas para aqueles que dependem das nossas organizações e tomadas de decisões. Falou do papel importante das organizações da sociedade civil no momento Covid 19 e os desafios da continuidade na prestação dos seus serviços as populações vulneráveis . O cenário do Terceiro Setor não é muito bom , pois os recursos do 1 e 2 setores, reduzidos, impactaram diretamente o financiamento de projetos sociais. A busca de novas estratégias deve acontecer em meio ao real risco de “desaparecimento” de algumas instituições que não conseguirem se readequar ou descobrir como atender os “novos desiguais “que já estão surgindo. Essa unidade intersetorial será o diferencial daqui pra frente.
O Sr. Pedro Salamek fez uso da palavra tratando especificamente do ODS 8 - Trabalho decente e desenvolvimento econômico e ponderou sobre a postura que se espera dos empresários diante da pandemia e da situação sanitária e econômica do pais, salientando que os empresários tem sim a necessidade de gerar o retorno de lucro e rentabilidade, mas antes de considerar somente esse fator, faz-se necessário projetar a imagem da organização, tendo um olhar sistêmico de forma a convergir e encontrar conexões entre o econômico e o social.
Saiba mais no link: https://xvcuritiba.com.br/geracao-de-valor-essa-e-a-oferta-que-a-sociedade-espera-das-empresas-por-pedro-salanek-filho/
Sra. Mayra Souza convidada para tratar do ODS 12 – Consumo e produção sustentáveis foi enfática ao dizer que o surgimento da pandemia resultou na redução de cerca de 76% na produção industrial e aumentou em 45% o índice de inadimplência, contudo há também pontos positivos a serem considerados como o fato de que 95% das grandes indústrias passaram a adotar medidas de saúde e segurança e a trabalhar com seus colaboradores com mais humanidade e empatia. Salientou que a crise é também um momento de oportunidade e que as empresas que já têm estratégias de desenvolvimento de ações e projetos socioambientais estão mais bem preparadas e mais resilientes neste cenário. E por último concluiu dizendo que a retomada da economia precisa passar por uma avaliação no processo produtivo e que é urgente e necessário a adoção de uma cadeia de valor mais responsável e sustentável .
Saiba mais no link: https://forbes.com.br/negocios/2020/05/por-que-as-chamadas-empresas-com-proposito-estao-prosperando-durante-a-crise-da-covid-19/
Ao final da reunião a coordenadora do CPCE, fez questão de agradecer aos conselheiros das regionais: Cascavel, Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa que estiveram acompanhando a reunião, assim como os palestrantes que muito contribuíram nesse primeiro momento de debate e construção e aproveitou para agradecer aos conselheiros que realizaram matérias acerca dos 17 ODS que inclusive estão publicadas no site do CPCE, citando os Senhores Hugo Simas(ODS2), Sanepar e Copel (ODS6 e 7), Prof. Carlos Magno Dias (ODS11), Ruliam Maftun (ODS10) Rafael Gava( ODS 14 e ODS 15 e Tosihiro Ida ODS 16, todos representantes de organizações conselheiras. Finalmente convidou a todos(as) para a reunião do dia 27 de maio que tratará sobre a Saúde Mental em tempos de Covid. Ao final da reunião o diretor Rui Brandt agradeceu a todos e afirmou que o trabalho continua e que haverá novos encontros a partir do segundo semestre para a retomada dos planos de ação 2020.