Imagine uma casa com 4 cômodos, sendo que só é possível dormir, trabalhar, cozinhar e comer em um deles. Os outros três estão cheios de água.
Nosso planeta é assim, aproximadamente pouco menos de ¾ de sua superfície está coberta por oceanos. Mas como estamos cuidando desses três quartos da nossa casa?
O 14º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável aborda a Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos.
As estratégias se baseiam em três pilares básicos:
Redução da poluição, exploração sustentável dos seus recursos e conservação de ecossistemas.
O cenário que a pandemia da COVID19 apresenta é o da desaceleração das atividades econômicas por conta da necessidade do isolamento social. Isto resulta em menos pessoas nas ruas, menor consumo e redução dos tráfegos terrestre, aéreo e marítimo. Houve também diminuição radical da atividade industrial em todo o mundo.
Com a redução das atividades humanas, consequentemente houve a diminuição da emissão de poluentes. Emissões atmosféricas, por exemplo, podem contribuir no processo de acidificação dos oceanos. Sem falar da emissão de resíduos sólidos e líquidos que, se o descarte ocorrer de forma irresponsável, passam a fazer parte da cadeia trófica dos ecossistemas aquáticos e interrompem o ciclo de vida daqueles animais.
Ainda é cedo para apresentar trabalhos científicos que apresentem resultados do impacto positivo da redução das atividades humanas na alteração do comportamento da fauna nos ecossistemas. Por outro lado, nas últimas semanas, evidências apresentadas em vários meios de comunicação mostram cenas de animais voltando a frequentar espaços até então dominados pelas pessoas, inclusive em ambientes aquáticos.
Percebo estes eventos como uma pequena amostra de como seria um mundo, com emissões de poluentes reduzidas, onde todas as atividades humanas estivessem dentro de cadeias de economia circular e de baixo carbono, por exemplo.
É muito provável que a humanidade conseguiria reduzir a acidificação dos oceanos, diminuir a poluição por resíduos sólidos e desta forma, estaríamos nos aproximando da tão almejada sustentabilidade.
Que este novo modelo de viver seja o alicerce para novas formas de pensar e agir neste futuro que já chegou. Rafael Gava – Conselheiro Sênior