Mais de 90 pessoas se reuniram no dia 02 de dezembro, em Curitiba, para assistir as “Boas Práticas com foco na Educação para a Sustentabilidade”. O encontro fez parte da programação do congresso promovido pelo Sesi no Paraná "A Caminhada dos ODM no Paraná e a Agenda Pós-2015" e foi proposto pela equipe de projetos Educando na Sustentabilidade do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE).
A abertura foi realizada pelo Diretor de Relações Institucionais do CPCE, Victor Barbosa, que lembrou que o trabalho surgiu do Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade, criado em 2011, e que tinha como objetivo proporcionar um amplo debate com a sociedade a fim de estabelecer um repertório compartilhado acerca da educação na sustentabilidade.
De acordo com Barbosa, a Educação na Sustentabilidade vai muito além das questões ambientais. Trata também de olhar para a dimensão ética e social, para a dignidade humana, para uma economia “verde”. “Para promover a Educação na Sustentabilidade entendemos que é preciso começar pela formação do educador formal e informal em todos os espaços coletivos: da sala de aula ao chão das fábricas”, enfatiza Barbosa.
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Sustentabilidade no mundo acadêmico
A representante do Instituto Superior Administração e Economia (ISAE), Ana Carolina Beneli, apresentou a Pesquisa de Conhecimento em Sustentabilidade, que avaliou o conhecimento mínimo em responsabilidade econômica, social e ambiental para os estudantes de ensino superior. O questionário foi respondido por 261 instituições de 30 países e o Brasil foi o segundo país com o maior número de estudantes que participaram.
“No Brasil 2.229 alunos responderam a pesquisa e pertencem a 20 instituições de ensino superior. A pontuação mundial foi de 54% e no Brasil foi 52%. No Paraná o resultado foi positivo, pois os participantes alcançaram pontuação de 55%, um pouco acima da média mundial”, explica Beneli. (Confira a apresentação completa aqui)
Projetos de extensão no eixo do meio ambiente
O projeto “Quelônios do Guaporé: preservação da fauna aquática e apoio às populações tradicionais do Vale do Guaporé” foi o case apresentado pelo coordenador de extensão da Unicesumar, Matheus Wolowski, do CPCE de Maringá. A iniciativa é da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé representada pela Ecovale e tem como objetivo a preservação da fauna aquática garantindo a perpetuação das espécies de quelônios (Tartaruga da Amazônia e Tracajás); dar apoio às populações tradicionais do Vale do Rio Guaporé; combate aos caçadores; e conscientização da população ribeirinha e tradicional quanto ao consumo das espécies e seus ovos.
Em 2012, mais de dois milhões e oitocentas mil tartarugas foram devolvidas ao seu habitat natural e vinte e cinco mil matrizes desovadas. “Quando nós começamos com o projeto a chance de sobrevivência dos filhotes era de 0,1%. Hoje, após o período de 22 dias que eles ficam no berçário, a chance de vida sobe para 15%”, analisa Wolowski. (Confira a apresentação completa aqui)
De acordo com a coordenadora executiva do CPCE, Rosane Fontoura, o trabalho realizado pela instituição é um exemplo de como trabalhos de extensão nas universidades são importantes para a preservação das espécies. “O projeto mostra a integração dos eixos da sustentabilidade o eixo ambiental; a preservação dos valores locais (eixo cultural); a promoção do social dos ribeirinhos (eixo social) e bases do desenvolvimento local sustentável”, afirma Fontoura.
Formação de profissionais éticos
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR) apresentou o seu programa de aproximação com os estudantes, o CREAjr, criado em 2005 e integrante do CPCE em Curitiba. Além de estreitar a relação dos acadêmicos com a rotina da área, o programa viabiliza o conhecimento sobre o órgão regulador da futura profissão, sua estrutura e organização e incentiva os futuros profissionais à prática do exercício profissional ético e responsável.
Com mais de 10 mil estudantes inscritos e 171 membros titulares e suplentes, o programa visa também o desenvolvimento de lideranças. “O sistema precisa ser renovado, por isso precisamos trazer os jovens, suas ideias e sua disposição. Nossa menor participação é o nível médio, pois geralmente eles trabalham o dia todo, estudam à noite e tem menor disponibilidade”, explica a gestora do programa, Cacilda Redivo. (Veja a apresentação completa aqui)
Pensando também em aproximar os alunos do mercado, foi apresentada a metodologia utilizada pelos Colégios Sesi. Como diferencial, o cronograma de atividades prevê a realização de ações de aproximação com a indústria além de oferecer oficinas sobre temas diferenciados que são escolhidas pelos alunos.
O Colégio Sesi é a maior rede de Ensino Médio particular do Paraná, com 51 unidades instaladas em diversas regiões do estado e mais de 14 mil alunos. A metodologia contribui de diversas formas para a sustentabilidade e em especial quando promove a inovação como ferramenta para o alcance da sustentabilidade.
“Duas coisas fazem do Colégio Sesi um colégio diferente, o modelo pedagógico e o nosso compromisso de estar junto às indústrias e sindicatos. Temos algumas ações como o Bate papo com a Indústria em que chamamos profissionais de RH, engenheiros e demais áreas para conversar com os alunos e contarem sobre como é a rotina deles e o que esperam dos novos profissionais,” explica Lilian de Fatima Correa Luitz, gerente de linha de ação do Sesi no Paraná.
Responsabilidade Socioambiental Corporativa em Londrina
A formação do profissional dentro da empresa foi o principal motivo para criação da Universidade Corporativa da Apetit Serviços de Alimentação, de Londrina. São quatro escolas: Escola de Inteligência Estratégica, Escola de Inteligência Comportamental, Escola de Inteligência Operacional e Escola de Inteligência Profissional. O objetivo é oferecer formação social, técnica e humana dos colaboradores.
“A Apetit tem um público diferenciado, pois na operação existem pessoas com a escolaridade um pouco abaixo da média do mercado. Por isso, pensamos na pessoa além da nossa empresa, pensamos em como contribuir com a educação e crescimento pessoal desses funcionários”, esclarece a representante da empresa, Mara Ciszer. (Veja a apresentação completa aqui)
Case de Cascavel
A importância da educação básica foi o tema utilizado pelo representante da Associação Nacional de Apoio à Educação Infantil (ANAEI), Jadir Saraiva Resende, do CPCE de Cascavel. A ANAEI foi criada em 2013 com objetivo destacar a importância de priorização da política pública de educação infantil para o desenvolvimento escolar, social e econômico das crianças mais vulneráveis.
Educação para a Cultura da Paz
O Programa de Escolas Associadas (PEA) da Unesco foi apresentado pela professora e Coordenadora Regional do programa no Paraná, Adriana Karam Koleski. De acordo com ela, o PEA foi criado para estender os objetivos da organização mundial, no pós-guerra, ao campo da educação e está presente em 130 países. Os objetivos do programa são criar uma rede internacional de escolas que trabalhem pela ideia da cultura da paz, promover qualidade na educação para todos e formar crianças e jovens capazes de exercer uma Cidadania Global.
“A cada ano as Nações Unidas nos oferecem e dedicam um tema para ser trabalhado e estudado de modo mais profundo pelas escolas. Este ano nós estudamos o tema da paz que é essencial para a sustentabilidade de qualquer relação e qualquer sociedade”, destaca Koleski. (Confira a apresentação completa aqui)
Concurso de trabalhos
O fechamento do evento foi marcado pelo lançamento do 1º Concurso de Boas Práticas: Educando na Sustentabilidade do CPCE. O coordenador do Núcleo de Instituições de Superior (IES) e integrante da equipe de projetos Educando na Sustentabilidade, Nilson Pegorini, ressaltou a importância do concurso como forma de reconhecer e valorizar as atividades e boas práticas voltadas à sustentabilidade.
“O concurso foi gerado dentro do núcleo das IES do CPCE, mas não se restringe apenas para as instituições de ensino. O concurso permite que o setor produtivo, terceiro setor, comércio e serviços também participem e mostrem as ações e projetos que realizam”, diz Pegorini.
O concurso está com as inscrições abertas até dia 30 de junho de 2015. Saiba mais aqui