O segundo encontro da série de palestras promovidas pelo Núcleo de Comércio, Serviço e Apoio ao Desenvolvimento (NCS) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada ao Serviço Social da Indústria (Sesi), aconteceu no dia 19 de junho e abordou algumas ferramentas que podem ser utilizadas para nortear ações de responsabilidade socioambiental corporativa.
A abertura do II Workshop de Responsabilidade Socioambiental Empresarial: ISO 26000 e Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foi realizada pela coordenadora executiva do CPCE, Rosane Fontoura, e pela integrante da equipe de projetos que organizou o evento e fundadora da Associação Brasileira de Profissionais de Sustentabilidade (ABRAPS), Daniella Mac Dowell. Além de agradecer o público presente, Daniela ressaltou a importância dos workshops para o núcleo e como ele trabalha. “Montamos a programação dos eventos com base naquilo que as empresas precisam fazer para alcançar a sustentabilidade em suas ações e hoje vocês poderão ver algumas ferramentas que ajudam nisso”, explica.
A primeira parte do evento abordou os aspectos relativos à ISO 26000 e foi ministrada pela gerente da linha de ação de responsabilidade social do SESI Paraná, Sônia Beraldi. De acordo com ela, a ISO 26000 foi criada com o objetivo de estabelecer um entendimento comum sobre a prática da Responsabilidade Social visando orientar as organizações de todos os tipos e tamanhos sobre os cuidados e princípios que devem ser observados pelas instituições que desejam ser socialmente responsáveis.
Para isso, reuniram-se mais de 400 especialistas de 91 países e 42 organizações internacionais que representaram os consumidores, o governo, a indústria, as organizações não governamentais (ONG), os trabalhadores e demais serviços de apoio e pesquisa para desenvolvimento dos tópicos da norma. Um dos diferenciais da ISO 26000 é que ela não tem propósito de certificação e não é auditável. “A norma tem caráter indutor da responsabilidade social com ênfase em resultados e melhoria de desempenho, isso interfere diretamente na competitividade que é tema de todos os portes de empresas”, explica Sonia.
Ainda segundo ela, os maiores desafios estão em convencer a alta gestão, integrar o assunto em toda a organização engajando as pessoas e mensurar os benefícios que a empresa poderá ter. Mesmo sendo complexa, a gerente do Sesi dá a dica para os gestores que queiram começar a trabalhar com a norma. “A ISO 2600 tem alta complexidade de implantação e, por isso, o que mais vemos são as empresas começarem pegando algumas categorias e trazendo para dentro dos seus processos”, complementa. Confira a apresentação completa aqui
A segunda parte do evento foi apresentada pela coordenadora o Movimento Nós Podemos Paraná (Sesi), Maria Aparecida Zago Udenal, que falou sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. De acordo com ela, os indicadores dos ODM são um ótimo ponto inicial para que as empresas saibam por onde elas podem começar a trabalhar com seus funcionários e comunidade do entorno. “É importante a empresa identificar entre os ODM aqueles que estejam de acordo com os seus objetivos e por meio do Portal ODM os gestores têm acesso aos indicadores da sua região e podem ver as reais necessidades do município”, completa Maria.
Os ODM foram criados em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU) que, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 objetivos, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo, que devem ser atingidos por todos os países até 2015. Para acompanhar o alcance das metas estabelecidas, foi criado o Portal ODM que traz os indicadores de todos os municípios do país.
Para complementar a experiência do profissional que vai trabalhar com responsabilidade socioambiental corporativa, a coordenadora o Movimento Nós Podemos Paraná também indicou que as pessoas fizessem o curso à distância gratuito do Sesi sobre Mobilização e sobre Indicadores. Confira a apresentação completa aqui
Para a organizadora do evento, as ferramentas mostradas foram muito importantes para que os profissionais presentes consigam convencer os gestores sobre a importância das ações voltadas para a sustentabilidade. “O olhar econômico é nosso maior desafio, tudo o que precisamos saber de sustentabilidade está na ISO 26000. É importante que os profissionais traduzam tudo isso de uma forma que a empresa veja que vale a pena investir ou pelo menos onde vale a pena”, completa Daniela.