Os Princípios para Educação em Gestão Responsável (PRME) foram o tema do café da manhã realizado nesta terça-feira, 19, pelo Núcleo de Instituição de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada à Federação das Indústrias do Paraná (FIEP).
O evento foi aberto com a palestra do presidente do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE) e membro da Diretoria do Comitê Brasileiro do Pacto Global, Norman Arruda. Em sua fala, Arruda falou sobre o surgimento do PRME a partir do Pacto Global, que identificou o engajamento e importância das instituições de ensino trabalhar a sustentabilidade de forma transversal na grade curricular dos futuros profissionais e desenvolveu princípios específicos para a área de educação.
Além disso, ele ressaltou que no mundo o PRME possui 500 instituições signatárias, no Brasil apenas 19 assumiram esse compromisso. Apesar do baixo número de instituições, Arruda mostrou otimismo e ressaltou a importância do CPCE no processo de sensibilização. “O Conselho está fazendo um papel extremamente importante na sensibilização dos professores e reitores, pois identifica e aproxima o tema das instituições de ensino superior”, explica.
A palestra de Arruda também esclareceu os conselheiros presentes sobre cada um dos princípios propostos pelo PRME, que são: Propósito; Valores; Método; Pesquisa; Parcerias; e Diálogo. Outro ponto abordado foi a importância das instituições signatárias reportarem seus resultados, pois é nessa hora que as pessoas envolvidas conseguem identificar as forças e as fraquezas das ações realizadas.
Resultados
O método utilizado pelo ISAE, a Perspectivação, foi o tema apresentado por Barbara Dunin. Nos quase seis anos em que é signatário, o ISAE desenvolveu um modelo educacional de caráter sistêmico que apresenta quatro atividades centrais e 11 atividades opcionais.
Como resultados alcançados, Barbara ressaltou os mais de dez estudos sobre o tema desenvolvidos pelo ISAE, a seleção de dois cases no PRME Inspirational Guide e a aprovação de um mestrado na instituição com o foco de sustentabilidade corporativa. Para ela trazer bons exemplos e resultados ajudam a convencer os alunos da importância em se falar do tema. “Quando falamos sobre sustentabilidade corporativa dentro de uma escola o grande desafio é convencer as pessoas que realmente estamos falando de algo que gera valor pra carreira deles e valor para o mercado. As pessoas têm que enxergar um valor dentro da vida delas e dentro da atuação profissional”, completa Barbara.
Outra instituição que comemora os resultados alcançados com o PRME é as Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL) que teve seu case apresentado por Claudio Skora. A UNIBRASIL aplica os princípios do PRME no curso de Administração da sua Escola de Negócios e fez seu primeiro levantamento de resultados este ano.
O curso conta com 900 alunos e, destes, 630 responderam ao questionário com perguntas desenvolvidas para atender a cada um dos princípios do PRME. De forma geral, o resultado foi bastante positivo alcançando a média de 80% de “concordo totalmente” em relação ao curso promover e despertar a consciência dos alunos sobre responsabilidade socioambiental corporativa.
De acordo com Skora, a instituição começou seu trabalho incluindo disciplinas voltadas à sustentabilidade, responsabilidade social e governança dentro da matriz do curso como forma de sensibilizar o corpo decente e discente e os resultados da pesquisa abriram novas oportunidades a serem exploradas. “Agora podemos construir um sistema de indicadores para que possamos saber se efetivamente as ações estão sendo executadas e de que maneira e, ao fazer essa avaliação, conseguimos fazer ações pontuais naqueles elementos do PRME em que ainda estamos falhos”, completa.
Outro ponto levantado pelo coordenador do curso de administração da UNIBRASIL é que agora eles estão trabalhando para uma a mudança de mentalidade dos alunos e que esse resultado é reflexo de uma mudança na sociedade. “Isso também não fruto apenas da ação do próprio curso, a gente sabe que o curso colabora, mas as discussões que esses alunos tem nas próprias empresas que trabalham e aquilo que eles sofrem por meio da mídia ajudam a construir esse indicador”, explica Skora.
Relatório do PRME
Por receio de não conseguir mostrar os resultados, muitas instituições estão aguardando se estruturarem para assumir o compromisso com o PRME. Para desmistificar e mostrar como fazer um relatório, o café da manhã terminou com a apresentação de Rebecca Giese, do ISAE, sobre ‘Como fazer o Sharing Information: Relatório do PRME’.
Durante sua palestra, Rebeca orientou que as instituições façam o relatório de forma integrada com informações sobre o Pacto Global, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e o PRME de forma a contextualizar e deixar o conteúdo mais completo. Além disso, ela também mostrou a estrutura básica para o relatório e seu passo-a-passo e ressaltou que a principal função do relatório é fazer um balanço das atividades realizadas. “O relatório não é só um instrumento de comunicação, pois o processo de relato também permite que a instituição veja seus erros e acertos”, conclui.