Segundo Estraviz, as empresas e ONGs precisam diversificar ações e recursos, buscar legitimidade e envolvimento de pessoas nas causas sociais que defendem.
Mobilizar e captar recursos para empresas e organizações não governamentais (ONGs) que trabalham em prol de ações e causas sociais foram os temas da palestra do fundador da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) e conselheiro do Greenpeace, Marcelo Estraviz, durante o 1º Congresso CPCE Alianças Sociais. Realizado nesta quarta-feira (31), na sede da Fiep no Jardim Botânico, o evento é promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, do Sistema Fiep, com o objetivo de incentivar a realização de ações na área da responsabilidade social corporativa.
Segundo Estraviz, é preciso que as organizações trabalhem com diversas fontes de recursos e não fiquem engessadas somente em editais e leis de incentivo mais conhecidos, como a Lei Rouanet. "Estes grandes investimentos são importantes, mas é necessário também buscar outras fontes de recursos, evitando problemas corriqueiros que podem acontecer com recursos carimbados, entre eles, pequenas mudanças ao longo da realização de um projeto que não podem ser comportadas em um orçamento já estabelecido em um edital", afirmou.
Com variados recursos, as empresas e ONGs aumentam a legitimidade e autonomia no desenvolvimento das iniciativas. "As doações passam a ser feitas pela causa ou pela criação de vínculos e de novas ideias. A busca por investimentos variados pode não render muito valor no começo, mas eles são mais permanentes e duradouros, construindo legitimidade para a empresa ou ONG", disse ele, citando como exemplo o Greenpeace, instituição internacional que recebe doações de cerca de três milhões de pessoas e realizam atividades com autonomia em todo o planeta.
A formação de parcerias e de relacionamentos baseados na confiança também foram pontos destacados pelo palestrante para o fortalecimento da legitimidade da causa defendida pelas empresas e ONGs perante os doadores, que são as fontes de recurso.
"Profissionais envolvidos com captação de investimentos tem que sair para a rua, buscar o diálogo com a sociedade e realizar parcerias. A internet e as redes sociais também ajudam neste processo de relacionamentos", disse ele, destacando que é preciso buscar aliados que também acreditem na causa defendida pela instituição que solicita o apoio.
Segundo Straviz, antes de sair para as ruas solicitando recursos, é necessário atentar para alguns requisitos, entre eles, se existe uma boa causa, pessoas engajadas trabalhando para a empresa ou para a ONG, além da transparência e da comunicação, que não se resume a um site ou folheto. "É preciso buscar o diálogo com os doadores. Dar o retorno das ações, agradecer e reconhecer o apoio na causa, criando desta forma elos de confiança e de relacionamentos duradouros", conta.
Outra questão é o período de busca de recursos. "A melhor época é entre julho e novembro. Nestes meses a maioria das empresas fazem o planejamento estratégico para o ano seguinte", disse. Nos outros meses do ano é necessário que o profissional estabeleça contato permanente com os doadores, mostrando resultados e criando ainda mais legitimidade para a causa defendida.
Algumas ONGs também vendem produtos com o objetivo de captar recursos, o que para o fundador da Associação Brasileira de Captadores de Recursos é uma estratégia positiva, desde que o que é oferecido tenha uma boa qualidade. "O produto escolhido, que pode ser uma caneca, por exemplo, tem que ser de bom gosto e de bom material. Ele pode custar um valor acima do mercado, pois está sendo vendido em prol de uma causa na sociedade", revelou.
Investimento Social
No segundo painel da manhã desta quarta-feira, o tema abordado foi
Conselhos de Direitos: chancela para Investimento Social, apresentado pela presidente em exercício da Fundação
de Ação Social (FAS), Maria de Lourdes Roman.
Segundo ela, é fundamental a aproximação de empresários e entidades da sociedade de civil para fomento das atividades. "Precisamos trabalhar a captação de recursos na sociedade civil. Temos um processo não governamental maravilhoso e as entidades em Curitiba estão se adequando e fazendo esse trabalho", diz.
Maria de Lourdes ainda reforçou o trabalho feito pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS. "Existe um trabalho completo de assistência na cidade e um trabalho e desenvolvimento profissional muito grande", reforça ela.
Entre os temas abordados durante o evento, os participantes puderam conhecer detalhes sobre captação de doações dirigidas, prestações de contas, entre outros itens de processos licitatórios para captação de recursos. As atividades do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMTIBA), Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e demais ações de atendimento especializado desenvolvido pela Fundação também foram apresentados.
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