A desigualdade social, representada nos ODS pelo “Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles,” é um conceito ao mesmo tempo simples e complexo. Por um lado é simples, uma vez que o próprio termo aponta que existem diferenças de renda entre pessoas dentro de uma sociedade e também das sociedades entre si. Por outro lado é complexo, à medida que as diferenças são maiores ou menores dependendo de muitos fatores associados à renda como cultura, escolarização, tecnologias, acesso a serviços básicos como saneamento, segurança, saúde e moradia, dentre outros.
Neste sentido, a crise mundial causada pela Pandemia desencadeada pela Covid-19 está mostrando sua face mais cruel exatamente sobre pessoas e países que possuem a menor faixa de renda e IDH. A Pandemia afetará no médio e longo prazo os esforços para se cumprirem as dez metas do ODS-10, dificultando, mesmo que ainda de maneira desconhecida, a superação dos desafios atuais. A crise social e econômica local e global é real e pode colocar em risco a sobrevivência de grupos e comunidades inteiras. A competição entre pessoas e entre países por insumos de saúde, trabalho e segurança agrava a desigualdade de forma dramática e pode comprometer o pacto global.
O que fazer? O primeiro e necessário passo será rever com urgência o Plano de Ação para a Agenda 2030, especialmente o ODS-10. Este ODS, mais do que qualquer outro, impacta diretamente a vida das pessoas, sua prosperidade, o planeta, esforços de paz e possibilidades de parceria entre as nações (5 P´s). Pensar em novas práticas e paradigmas globais de solidariedade, políticas de proteção social diante de pandemias (que serão mais frequentes), ações relacionadas à vida e ao meio ambiente, um novo pacto entre nações, buscar um consenso de renda mínima entre os povos, são algumas discussões que deverão ser colocadas diante de todos nesse momento de crise, mas também de esperança na capacidade humana de superação e solidariedade. Gustavo Brandão - Mentoris