A transição energética,
considerada um dos grandes desafios e oportunidades para o Brasil, foi o tema central do Fórum "Transição
Energética – Desafio e Oportunidade para o Brasil e suas Empresas", realizado nesta quarta-feira (13) em Curitiba.
O evento, promovido pelo Grupo AMANHÃ como parte da 11ª edição do Amanhã Sustentável,
reuniu representantes de grandes empresas, como Copel, Grupo Gerdau, Itaipu Binacional e Sanepar, para apresentar cases e
discutir o futuro do setor energético.
Entre os participantes, Nilo Cini, coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente
e Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), destacou o papel estratégico
da Fiep na promoção de energias renováveis e na busca pela eficiência energética. Para ele,
o Brasil possui um diferencial competitivo ao contar com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, mas enfrenta
desafios significativos. "No cenário atual, com demandas ambientais crescentes e a necessidade de uma economia de baixo
carbono, ampliar o uso de fontes renováveis não é apenas desejável, é indispensável",
afirmou.
Cini também ressaltou os impactos de eventos climáticos extremos sobre a geração
hidrelétrica e a necessidade de manter e expandir os percentuais de participação de energias limpas.
Ele apontou que a transição energética não é apenas uma questão ambiental, mas também
um fator que pode impulsionar a competitividade industrial e a inovação. "Para a indústria paranaense,
essa mudança representa não apenas um alinhamento com os mais elevados padrões de sustentabilidade, mas
também uma oportunidade de fortalecer nossa economia e preservar os recursos naturais", declarou.
O coordenador detalhou iniciativas da Federação que reforçam o protagonismo
do Paraná na transição energética. Ele mencionou a Rota Estratégica de Energia, lançada
em 2017, que estabeleceu ações prioritárias para o desenvolvimento do setor no estado, e a Rota Estratégica
de Hidrogênio Renovável, publicada este ano, em parceria ao Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento
(SEPL), que visa estruturar uma cadeia produtiva para o combustível até 2035. Além disso, destacou o
Mapeamento Energético do Paraná, uma parceria com a Copel que analisa a matriz energética estadual e
identifica oportunidades para ampliar o uso de fontes renováveis.
O trabalho dos Conselhos Temáticos e Setoriais da Fiep, que promovem discussões
sobre mudanças climáticas, mobilidade sustentável e eficiência energética é fundamental
neste processo, destacou o coordenador. "Esses espaços permitem uma troca de informações entre o empresariado
e especialistas, criando condições para que o setor industrial avance de forma sustentável e competitiva",
disse.
O Fórum, realizado no Encontro da Amazônia, foi marcado por apresentações,
painéis interativos e troca de experiências, com o objetivo de inspirar ações práticas e
fomentar o diálogo sobre sustentabilidade. Segundo Nilo Cini, a transição energética só
será efetiva por meio de parcerias entre governo, empresas e entidades. "Somente com a união de esforços,
investimentos e compartilhamento de conhecimentos será possível criar soluções inovadoras e construir
uma matriz mais limpa e competitiva", concluiu.
O evento contou com o apoio técnico da Associação Brasileira dos Grandes
Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) e buscou promover debates sobre ideias inovadoras e caminhos práticos
para um futuro mais sustentável.