Comunicação Fiep e Institucional

16 de dezembro de 2021

Além de otimistas, industriais paranaenses planejam investir nos negócios

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Um empresário otimista, disposto a investir e gerar novos empregos, apesar dos desafios e das limitações impostas pela pandemia da Covid-19 e do cenário macroeconômico do país. Este é o resultado geral da 26ª Sondagem Industrial, pesquisa anual feita pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com industriais de todas as regiões do estado e apresentado em 15 de dezembro em entrevista coletiva à imprensa. Para 68,7% dos participantes o sentimento é de otimismo ou muito otimismo em relação a 2022. O índice é o mesmo alcançado no ano passado, quando a crise sanitária estava em momento mais crítico e o país ainda não tinha uma campanha de vacinação em curso, e está acima da média dos últimos 10 anos, que é de 66,7%. A mostra coletada representa mais de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos, que geram mais de 814 mil empregos no estado.

A resposta positiva dos empresários está ancorada principalmente na perspectiva de crescimento das vendas (67,8%), na abertura de novos mercados (39,0%) e na previsão de investimentos (33,6%). Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, apesar das dificuldades, o aprendizado da crise, o avanço da vacinação e a retomada de outros setores da economia contribuíram para a recuperação das indústrias este ano. “Vemos com bons olhos o resultado da pesquisa. Ela confirma que mesmo com muitos desafios a serem superados o industrial enxerga possibilidades reais de uma retomada em 2022”, avalia.

“Esperamos que as medidas necessárias para que o ambiente de negócios no país fique mais favorável, como a Reforma Tributária, saiam do papel e nos ajudem nesse processo de recuperação. Para isso contamos com medidas seguras de controle da pandemia, soluções eficientes para sanar as crises hídrica e energética e redução dos custos para se produzir no Brasil. Estes fatores podem efetivamente frear o crescimento tão almejado pelos empresários e por toda a sociedade”, completa.

As recomendações do presidente também fazem parte do estudo. A Sondagem revelou que questões de cunho político-eleitoral, falta de mão de obra qualificada, dificuldade de acesso a crédito, demanda insuficiente no mercado interno e oscilações cambiais são preocupações latentes dos empresários que podem impactar nos negócios. No total, os pessimistas somam 5,1% dos entrevistados, enquanto 26,4% se mostraram cautelosos e expressaram expectativa neutra para 2022. 

Além destes aspectos, o economista da Fiep, Marcelo Alves, destaca outros temas que apareceram em evidência no estudo deste ano. “Aumento dos custos e escassez de matéria-prima, redução das vendas e a piora no ambiente político nacional foram sinalizados como fatores que comprometem a performance das empresas”, lembra. “O curioso é que mesmo com motivos para justificar dificuldades, os pessimistas revelaram que estão dispostos a investir em produtos, melhorar processos e até em explorar novos mercados no próximo ano. Ou seja, já articulam estratégias para driblar os problemas e já têm um planejamento prévio para virar o jogo a seu favor”, aponta.

Investimentos

“Um empresário otimista é aquele disposto a investir, mesmo diante de um cenário desafiador”, declara Alves. “Um bom sinal de retomada é quando o empresário revela claramente essa intenção e a pesquisa confirma isso”, diz. Quase 73% dos respondentes afirmaram que têm planos de investir em 2022 e as prioridades são em melhoria de processos, produtos ou serviços (64,5%), para reduzir custos de produção (48,7%) e ampliar a capacidade produtiva (45,4%). “Estes aspectos sugerem que há uma estratégia de reposicionamento de mercado provavelmente por conta da pandemia, para aumento da capacidade produtiva e para ganhar competitividade. O que são bons sinais para o setor”, reforça o economista.

Quando avaliado o planejamento de acordo com o porte das empresas, os resultados mostram uma diferença provavelmente relacionada à capacidade financeira e à prioridade de cada uma. Quase 100% das grandes companhias confirmaram que os investimentos serão feitos para ampliar a capacidade produtiva, logística e para melhorar produtos e serviços. Já entre as médias, 77% vão utilizar os recursos para reduzir custos de produção e ampliar a capacidade interna. As pequenas priorizarão melhoria em processos e produtos e a redução de custos de produção. E os microempreendedores querem melhorar a qualidade do que vendem, ou seja, produtos e serviços serão o alvo preferencial.

Os recursos próprios serão a principal fonte de investimentos para 67,5% dos entrevistados. “Em relação a anos anteriores, percebe-se um aumento desta modalidade e também na busca por meio de instituições de fomento e desenvolvimento frente aos bancos tradicionais e cooperativas de crédito. Esse comportamento deve estar atrelado a uma maior pesquisa do empresário no mercado, por melhores taxas e condições de financiamento, durante à pandemia”, explica Alves.

Os investimentos têm ligação com as estratégias das indústrias para 2022. Mais de 30% devem apostar em desenvolvimento de novos negócios, aumento da capacidade produtiva/nova unidade industrial e incorporação de novos produtos à linha. Já para 20% a prioridade será aumentar o valor agregado dos produtos, segmentar os canais de vendas e investir em desenvolvimento e inovação. “Os empresários estão se preparando para ampliar seus mercados e se tornarem mais competitivos. Isso está em sinergia com as expectativas positivas das empresas em relação a 2022”, afirma.

Comércio exterior

As exportações despontam como um bom caminho para o crescimento da indústria, mas esta disposição está diretamente ligada ao porte das empresas. Entre as grandes, 91,7% devem adotar essa estratégia. Entre as médias, o índice cai para 62,8%. E entre as pequenas, só 24,7% devem vender para fora do país. “O mercado externo é uma oportunidade a ser explorada, mas demanda competitividade, conhecimento do mercado-alvo e dos trâmites de negociação e estratégia clara por parte das empresas”, resume o economista da Fiep.

Balanço de 2021

O ano foi bom ou muito bom para 60,4% dos industriais paranaenses, revela a Sondagem, por conta do crescimento das vendas e dos investimentos realizados. Apenas 11,5% das empresas pesquisadas tiveram desempenho “ruim” ou “muito ruim” e os motivos variam entre redução de vendas, aumento dos custos de matéria-prima e de produção. Para 28,1% a performance em 2021 tem sido regular.

Expectativas diferentes por regiões do estado

Os resultados mudam de acordo com a região do estado. O Sistema Fiep dividiu as mesorregiões do Paraná em três macrorregiões: Leste (Metropolitana de Curitiba, Centro Oriental e Sudeste); Norte (Norte Central, Norte Pioneiro, Noroeste e Centro Oriental) e Oeste (Oeste, Sudoeste e Centro Sul)). Cerca de 75% dos entrevistados da macrorregião Oeste declararam ter tido um ano bom ou muito bom. Na macrorregião Norte esse índice cai a 58,9%. E, na macrorregião Leste do estado o resultado é 53,4%. O que sustentou os bons resultados foram as vendas, a capacidade instalada e a produção. No entanto, fatores como custo e aquisição de insumos e alta de gás, energia elétrica, combustível e água se destacam de forma negativa como os grandes problemas apresentados pelos empresários em 2021.

A gerente executiva do Observatório Sistema Fiep, Marília de Souza, destaca a importância da pesquisa para a indústria do Paraná. “Além de conhecermos os principais desafios e intenções dos empresários, o estudo capta dados sobre a realidade enfrentada pelas empresas no momento, além de trazer as projeções que esperam para o próximo ano. Tudo isso baliza nosso planejamento interno para que possamos auxiliar os industriais em suas estratégias, oferecendo produtos e serviços que alavanquem seus negócios e contribuam para o crescimento do setor”, resume.

A versão completa da 26ª Sondagem Industrial do Observatório Sistema Fiep está disponível neste link.

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