Fiep recebe reunião regional do Plano Nacional de Logística 2050

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) recebeu, nesta quarta-feira (2), a primeira reunião regional do novo Plano Nacional de Logística (PNL). Promovido pelo Ministério dos Transportes, o evento serviu para explicar os passos que serão seguidos para a elaboração do PNL, que terá como horizonte o ano de 2050. Pela primeira vez, segundo o ministério, o plano será aberto à participação popular desde esta primeira etapa, em que será feita a construção das matrizes origem-destino de cargas.

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Participaram presencialmente do encontro no Campus da Indústria do Sistema Fiep, em Curitiba, lideranças do setor produtivo, representantes de entidades da sociedade civil, empresários, autoridades políticas e especialistas em infraestrutura. Como a reunião tinha abrangência para toda a região Sul, o evento foi transmitido online, contando com as parcerias das Federações das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e do Rio Grande do Sul (Fiergs) para a mobilização de lideranças desses dois estados.

Presente na abertura da reunião, o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, ressaltou que o custo de transporte, especialmente devido às ineficiências atuais da infraestrutura brasileira, está entre os principais fatores que impactam na competitividade da indústria nacional. “Nós temos hoje um Custo Brasil envolvido na infraestrutura que nos compromete ou que pode nos alavancar”, disse. “Nós entendemos a oportunidade que temos de fazer o planejamento de médio e longo prazo para escapar dessa armadilha em que estamos. A priorização das obras, o entendimento da interconexão entre os modais, é fundamental para a gente entender, na linha do tempo, o que tem que ser a prioridade”, completou.

Já o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli, que coordena o G7, grupo das principais entidades do setor produtivo estadual, destacou a importância de os estados da região Sul participarem desse planejamento. “Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representam, sem dúvida, um percentual enorme do PIB brasileiro e há uma necessidade de que nós tenhamos um investimento fabuloso na infraestrutura”, afirmou.

A subsecretária de Fomento e Planejamento do Ministério dos Transportes, Gabriela Avelino, explicou que o PNL está em fase inicial de elaboração. “Este evento marca o primeiro espaço de participação social neste processo”, declarou. “Para o ministério, é muito positivo contar com um evento cheio como esse, porque demonstra que o setor produtivo tem muito interesse em ouvir e contribuir com as iniciativas de planejamento de longo prazo”, completou.

O evento desta quarta foi composto por dois painéis de debate. O primeiro, com o tema “Planejamento integrado de transportes e a construção do Plano Nacional de Logística”, detalhou as etapas do processo de elaboração do PNL. O segundo abordou o tema “Plano Nacional de Logística 2050: Construção das matrizes origem-destino em parceria com o setor produtivo”, apresentando as metodologias que serão utilizadas para fazer os levantamentos sobre os dados atuais e as projeções da movimentação de cargas nas diferentes regiões.

Sobre o PNL
O Ministério dos Transportes ressalta que, pela primeira vez, o novo Plano Nacional de Logística (PNL), com horizonte de 2050, será aberto à participação popular já nessa etapa de construção das matrizes origem-destino de cargas. Nessa fase, são utilizados dados que mostram os principais municípios de origem e de destino das cargas transportadas no Brasil, para simular o tráfego e projetar a necessidade de melhorias na infraestrutura do país.

Ao todo, serão cinco encontros regionais no mês de abril, um em cada região do Brasil, com o objetivo de aprimorar as projeções de crescimento da produção e melhor compreender a dinâmica do setor produtivo brasileiro. Eles serão coordenados pela Subsecretaria de Fomento e Planejamento da Secretaria-Executiva do Ministério dos Transportes.

Com esse objetivo, todos os encontros serão realizados em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e seus representantes nos estados, para reforçar a aproximação com o setor produtivo e aprimorar as matrizes origem-destino de cargas. Segundo o ministério, essa etapa é essencial para que o governo conheça a verdadeira demanda por transportes e, assim, construa um plano com soluções logísticas adequadas.

Conforme estabelece o Decreto nº 12.022/24, foi criado um Comitê de Governança de caráter permanente. O grupo é formado pelos ministérios dos Transportes, Planejamento e Orçamento, Portos e Aeroportos e pela Casa Civil. As ferramentas de planejamento estão sendo criadas por este grupo, com o foco em atingir plenamente as metas conjuntas para as políticas públicas dos setores envolvidos.

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