Fiep discute inserção da população negra no mercado de trabalho paranaense

O diretor da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Fernando Mizote, participou nesta sexta-feira (22) do Encontro Ações Afirmativas para a População Negra, realizado no Plenarinho da Assembleia Legislativa, em Curitiba. O evento abordou a inserção da população negra no mercado de trabalho, tema que ganha relevância com o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro.

Mizote, coordenador do Conselho Temático de Responsabilidade Social da Fiep, destacou a importância do debate. "Em nome do presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, agradeço o convite do deputado Renato Freitas e parabenizo a realização dessa audiência pública, que trata de um tema crucial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária."

O diretor ressaltou que, desde 2003, o Sistema Fiep tem promovido ações em prol das agendas globais de sustentabilidade, com ênfase na responsabilidade social e na diversidade. Ele destacou que a diversidade é fundamental para o crescimento industrial, já que empresas que abraçam essa causa atingem níveis superiores de inovação, desenvolvem ambientes mais inclusivos e conquistam vantagem competitiva no mercado.

De acordo com dados do Dieese de 2023, a população negra enfrenta desafios significativos no mercado de trabalho, como rendimentos médios 39,2% menores em comparação a não negros, além de uma taxa de desemprego sistematicamente mais alta. Embora representem 56,1% da população em idade ativa, os negros correspondem a 65,1% dos desocupados. A discriminação racial também gera barreiras para inserção e progressão na carreira, perpetuando desigualdades sociais.

Nesse contexto, Mizote ressaltou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18, recentemente proposto pela ONU com liderança brasileira, busca ampliar a inclusão racial globalmente. Ele reforçou que a igualdade racial é um compromisso que exige ações concretas e que a Fiep, por meio do Sesi e do Conselho de Responsabilidade Social, desenvolve práticas para transformar diversidade e inclusão em pilares das estratégias empresariais. "É preciso ir além das palavras e implementar ações que tornem as indústrias paranaenses mais representativas e justas", concluiu Mizote.