clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Hoobox Robotics)

A startup paulista Hoobox Robotics foi selecionada, em 2018, para integrar um programa de aceleração da Intel, o AI for Social Good, que promove o desenvolvimento de soluções de impacto social baseadas em inteligência artificial, utilizando tecnologias de software e hardware da empresa americana.

Por meio do programa, os engenheiros e desenvolvedores da Hoobox têm trabalhado com a equipe técnica da Intel para otimizar o desempenho dos algoritmos do sistema de detecção e interpretação de expressões faciais utilizando hardwares e softwares da empresa.

O sistema desenvolvido pela empresa traduz expressões faciais em comandos para controlar uma cadeira de rodas, sem exigir sensores corporais. Hoje, a tecnologia permite reconhecer mais de dez expressões, como o arquear das sobrancelhas ou o piscar dos olhos. Também é capaz de prever quando o usuário vai tossir, espirrar ou bocejar, ou quando está conversando com alguém. Nessas situações, o reconhecimento das expressões é desabilitado para impedir um movimento não desejado da cadeira e evitar acidentes.

As expressões faciais dos usuários são capturadas por uma câmera e interpretadas por algoritmos executados em um minúsculo computador de bordo, acoplado na cadeira. Os algoritmos transformam as expressões em comandos de controle, como ir para frente ou para trás e girar para a esquerda ou para a direita.

Disponível em um kit, batizado de Wheelie 7, a solução leva apenas sete minutos para ser instalada em qualquer cadeira de rodas motorizada disponível no mercado, promete a empresa. "O sistema é capaz de capturar informações de quase 100 pontos do rosto de uma pessoa, como o formato da boca, do nariz, dos lábios e a cavidade dos olhos, com alta precisão", afirmou Pinheiro.

O Wheelie 7 é comercializado exclusivamente no mercado norte-americano, utilizando o modelo de assinatura. "Não cobramos o kit; o cliente paga US$ 300 por mês", explica Pinheiro. Atualmente, 60 pessoas nos Estados Unidos estão usando um protótipo do sistema. Entre esses primeiros usuários estão pessoas que sofreram traumas na coluna vertebral e ficaram tetraplégicas, pacientes com doenças neurodegenerativas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), ou que sofreram acidente vascular cerebral (AVC), além de veteranos de guerra.

Há mais 300 pessoas em uma lista de espera que deverão receber o kit em abril e outras 500 que receberão o sistema em dezembro. Para utilizá-lo elas pagaram uma mensalidade adiantada de US$ 300. "Essa foi uma forma que encontramos para subsidiar o custo do kit e, ao mesmo tempo, avaliar como é o uso dele no dia a dia dos usuários para melhorá-lo", disse Pinheiro.

A empresa faz planos de trazer o produto para o Brasil, mas acredita que será necessário conceber outro modelo de comercialização, já que o de assinatura "parece não funcionar bem no País".

Com informações da Agência Fapesp.

Leia mais notícias sobre o setor em https://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/especial/boletins-setoriais/9/.