clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Adobe Stock)

A Inteligência Artificial (AI) já chegou ao setor de perfumes. A marca Givaudan lançou em junho o Carto, uma nova ferramenta digital que apoia os perfumistas com o processo criativo. O sistema intuitivo fornece diretamente dados sobre ingredientes, o que possibilita ao criador ir além dos limites de sua memória olfativa para abrir novas possibilidades criativas. O projeto foi iniciado por Calice Becker, perfumista e diretora da Escola de Perfumaria da Givaudan.

"Na perfumaria, não temos acesso direto a todos os nossos ingredientes, porque tudo é baseado na memória do perfumista e muitas vezes esquecemos muitas coisas. Então, tivemos que encontrar uma resposta para essa frustração. Começamos classificando substâncias odoríferas por família e por função física e química, mas também acordos, etc. Esse enorme trabalho ajudou a organizar informações baseadas em dados físico-químicos, hedônicos ou descritores, para cada ingrediente multi-rotulado e estudado pela Givaudan para 30 anos", afirma Calice.

A perfumista explica que a nova ferramenta deve ser considerada como um tablet altamente intuitivo e fácil de usar, no qual são registrados todas as informações e funcionalidades que atenderão à maioria das necessidades dos perfumistas. "O espectro de novas fragrâncias certamente se ampliará. O sistema pode fazer sugestões. Combinar ciência e tecnologia ajudará aqueles que anseiam por novas formas olfativas florescerem neste processo de criação. O perfumista será libertado de quaisquer restrições; ele será capaz de se concentrar em suas criações", afirma.

Mercado nacional

O Grupo Boticário começou a vender uma nova linha de fragrâncias criadas com ajuda de inteligência artificial. A linha Egeo ON, que é voltada para o público millennial, nasceu a partir de uma parceria da empresa brasileira com a casa perfumista Symrise e a IBM, que colocou seu sistema Phylira à disposição da criação de novos perfumes.

"Ensinamos ao computador o processo de criação de uma fragrância e inserimos dados sobre as mais de 3 mil matérias-primas que usamos nos perfumes", contou o gerente de perfumaria da empresa, Jean Bueno, ao Estadão. A AI também recebeu informações sobre vendas e recepção do público nos últimos anos - o que auxiliou o sistema a criar a "fórmula perfeita".

Nas primeiras versões unissex, as fragrâncias incluíam combinações como jasmim - que é pouco usual e normalmente é usado em perfumes femininos. Na combinação final, ingredientes como pepino e leite condensado foram misturados a frutas, flores, especiarias e madeiras. As duas fragrâncias estão presentes nas linhas Egeo On You ("mais quente", segundo a marca) e Egeo on Me ("mais fria"), já disponíveis em produtos como colônia, gel pós-barba e hidratante corporal.

A empresa também diagnosticou redução do tempo no desenvolvimento do produto. Normalmente uma fragrância leva pouco mais de um ano para ser totalmente desenvolvida, com o auxilio do AI foram necessários apenas cinco meses de trabalho. "98% do trabalho foi da máquina, mas os 2% do perfumista foram fundamentais. É a sensibilidade dele que dá o toque final", afirma Bueno.

Com informações do site Premium Beauty News e Estadão.

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