clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Divulgação)

Buscando estimular a discussão sobre biometano, o Senai do Paraná e o Conselho Temático de Energia da Fiep realizaram no fim de abril - no Campus da Indústria, em Curitiba (PR) - o workshop Qualidade, certificação e perspectivas mundiais do biometano. Apresentado pelo Dr. Lukas Illi, pesquisador da Universidade de Hohenheim, do Estado de Baden-Württemberg, na Alemanha, o evento contou com a presença de aproximadamente 40 profissionais e estudantes da área. 

Ewald Stirner, representante do Estado de Baden-Württemberg no Brasil, comentou que Curitiba (PR) está entre as cidades que discutem a utilização de biogás e gás metano no País e destacou a importância de se realizar encontros para troca de experiências. "Trabalhamos com a aproximação e a vinda de empresas de Baden-Wurttemberg ao Brasil, e vice-versa. Iniciativas como essa aproximam as duas regiões, propiciando uma troca de experiência rica", comenta. 

Secretário do Conselho de Energia da Fiep, Cícero Bley Júnior explica que o workshop surgiu pela afinidade que a Fiep tem com o Estado de Baden-Württemberg. "No desenvolvimento do cluster de energia surgiu a questão do biogás e biometano por conta da política do gás. Como consideramos que o Estado de Baden-Württemberg detém o conhecimento básico científico para todas as questões, buscamos uma aproximação e convidamos a Universidade de Hohenheim para participar da nova organização", afirma.

Marcos Pupo Thiesen, consultor de negócio do Sistema Fiep, explica que uma das premissas do conselho é fazer com que profissionais da academia, de laboratórios e da iniciativa privada trabalhem em conjunto. "Essa sinergia está acontecendo por meio de eventos como esse workshop, que difundem uma opção a mais de tecnologia, de mercado, para a economia paranaense". Thiesen afirma ainda que o Tecpar e o Senai no Paraná estão trabalhando na busca de certificações na área e se preparando para produzir uma nova realidade do biogás no Estado.

Potencial

Segundo dados da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (ABiogás) o Brasil apresenta o maior potencial energético do mundo em biogás, com 84,6 bilhões de normal metro cúbico (Nm³) por ano. Desse total a grande maioria é proporcionada por resíduos sucroenergéticos (48%), seguido por resíduos agroindustriais (45%) e saneamento (7%). Esse potencial tem capacidade de suprir quase 40% da demanda nacional de energia elétrica ou substituir 70% do consumo brasileiro de diesel.

Rui Londero Benetti, coordenador do Conselho Temático de Energia da Fiep, explica que o biogás está fortemente ligado a dois negócios no Brasil: a produção de açúcar e etanol e a produção de alimentos proteicos, carne e leite. Além disso, afirma que o Paraná tem um grande potencial para a geração de biogás. "Setor sucroalcoleiro, o setor de suínos e de aves e o setor florestal geram biomassa, que pode ser utilizada para complementar a geração de energia que, por sua vez, pode ser utilizada em veículos e plantas industriais". Benetti relata que a tecnologia já está sendo aplicada em algumas regiões do Estado. "Em Arapongas (PR) já existem projetos para produzir biometano para empilhadeiras para o setor moveleiro", exemplifica.

Para Illi, o Brasil hoje apresenta sinais de que é um País propício para adoção do uso do biometano e se observar outras regiões do mundo pode evitar alguns erros. "Na Alemanha nós cometamos muitos erros, coisas que o Brasil pode evitar se canalizar o subsídio para o caminho certo. Troca de experiências como essa podem ajudar".

Workshop - Biometano na prática

Illi comentou ainda sobre como o biogás e o biometano são utilizados em veículos na Alemanha, após processamento e enriquecimento. "Hoje a Alemanha tem tecnologia, porém a produção ainda não tem alta aceitação por parte da população", destaca.

O pesquisador também destacou o fato de que grande maioria do biometano produzido hoje na Alemanha vem dos resíduos, já que geradores como milho e beterraba são caros.  Segundo levantamento apresentado, 26% das necessidades de energia da Alemanha poderiam ser atendidas pela bioenergia gerada de resíduos e de madeiras.

Com informações do sistema Fiep.

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