A Itaipu Binacional inaugurou recentemente a primeira planta de produção de biometano, gás não-poluente com características similares às do gás natural. Na unidade, com fabricação de biogás de forma inédita no Brasil, a empresa produzirá biometano a partir da purificação do biogás, obtido de mistura de esgoto, restos orgânicos e de poda de grama. Normalmente, a produção se dá com dejetos de animais.

Na fábrica, foram investidos R$ 2,16 milhões e a capacidade de produção é de 4 mil metros cúbicos de biometano por mês. O gás terá como destino o abastecimento de veículos (de 80 a 100 veículos que rodam em média 800 quilômetros mês). Como matéria-prima a planta processará, mensalmente, 10 toneladas de restos de alimentos e resíduos orgânicos e 30 toneladas de poda de grama. O custo hoje do projeto é de até R$ 0,09 por quilowatt-hora (km-h).

A unidade é resultado de uma experiência que começou em 2014, quando a Itaipu integrou o primeiro carro movido a biometano à sua frota veicular. A fábrica foi construída entre 2015 e 2016 e, desde março, funciona em caráter experimental. O modelo pode ser levado a indústrias, cooperativas, hotéis, além de servir como política pública para prefeituras resolverem o problema do lixo urbano e atenderem às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (criada pela Lei 12.305/10) de eliminar os lixões entre 2018 e 2021.

O projeto foi desenvolvido em parceria pela Itaipu Binacional, pelo Parque Tecnológico de Itaipu e pela Eletrobrás. Segundo presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis de Itaipu (CIBiogás), Rodrigo Régis, os recursos investidos na fábrica equivalem a menos de um terço do valor de um empreendimento similar feito na Alemanha.