clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Divulgação)

Pesquisadores desenvolveram biossensores luminescentes capazes de testar a eficácia de novos medicamentos. O estudo, publicado na revista Science Signaling, abre caminho para que novas drogas sejam testadas e caracterizadas, uma vez que os biossensores em questão têm como base a atuação de receptores acoplados à proteína G (do inglês G protein-coupled receptors, GPCR) - proteína localizadas na membrana celular com função de comunicação entre as células.

Não é por acaso que o objeto de estudo sejam os GPCRs. Estima-se que entre um terço e metade de todos os medicamentos comercializados atualmente tenham esses receptores como alvo de ação. "Essas proteínas são alvos de fármacos utilizados no tratamento de um número amplo de doenças, como alergia, dor, hipertensão, diabetes, entre outras. A expectativa é que os novos biossensores atuem também na descoberta e desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de um número ainda mais amplo de doenças", disse Claudio Miguel da Costa-Neto, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e um dos autores do artigo.

Costa-Neto explica que há alguns anos os testes in vitro para o desenvolvimento de novos medicamentos - realizados antes dos ensaios em modelo animal e em humanos - mostravam apenas se o composto ativava ou bloqueava uma dada resposta celular. No estudo, os pesquisadores desenvolveram ferramentas para medir as diferentes vias de sinalização intracelular (biossensores de BRET, do inglês Bioluminescence Resonance Energy Transfer) e detectar a atuação de medicamentos em cultura celular. Isso porque as cascatas de sinalização celular resultantes de interações entre os receptores acoplados à proteína G (GPCRs) e seus ligantes (proteínas) controlam uma ampla variedade de processos intracelulares, tornando-os os principais alvos para a descoberta de novos fármacos.

A equipe internacional de pesquisadores, por técnicas de engenharia genética e biologia molecular, adicionou enzimas fluorescentes e luminescentes (como a luciferase, a mesma encontrada em vagalumes) nas proteínas que interagem com os GPCRs. "Quando o receptor é ativado pelo fármaco e, portanto, aquela proteína de dentro da célula interage com o receptor, a luz emitida pela luciferase é transferida para a proteína fluorescente e esta é ativada. Com isso, conseguimos medir com precisão diferentes níveis de ação de um fármaco ou medicamento", disse Costa-Neto.

O trabalho é resultado de uma ampla parceria entre pesquisadores da FMRP-USP, da Universidade de Montreal e da McGill University, no Canadá, e contou com cinco apoios da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Com informações e foto da Agência FAPESP.

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