clique para ampliar (Foto: Jonathan Dias Embrapa)
Pesquisadores da Embrapa Agroenergia (DF) estão desenvolvendo tecnologia nacional para obter e transformar
em combustível os açúcares contidos em folhas, caules, bagaços e outras partes de diferentes vegetais,
a chamada biomassa. Para converter essa matéria-prima em combustíveis e vários produtos com origem
renovável, o trabalho dos cientistas está centrado na engenharia genética de microrganismos que atuam
como biofábricas. A equipe já obteve material genético inédito de fungos e bactérias.Os fungos produzem enzimas capazes de extrair dois tipos de açúcares da biomassa:
glicose e xilose. O primeiro é adicionado aos tanques de fermentação das usinas e a levedura Saccharomyces
cerevisiae o converte em etanol. Já a xilose tem uma estrutura química diferente, e a levedura não
consegue consumi-la para transformá-la em outros compostos. Porém, a xilose é o segundo tipo de açúcar
mais abundante na natureza – no bagaço de cana, por exemplo, equivale a 33% da biomassa.
Por isso, além e buscar formas de obter coquetéis de enzimas, os cientistas
procuram microrganismos capazes de converter a xilose em etanol – ou outros bioprodutos -- com capacidade para suportar
um processo industrial. A solução pode estar na engenharia genética. Eles já conseguiram obter
linhagens para a produção de etanol e agora querem focar no uso da xilose para obter produtos com maior valor
agregado do que o combustível. É o caso de ácidos orgânicos muito utilizados nas indústrias
químicas e de alimentos.