clique para ampliarclique para ampliar (Foto: Gelson Bampi)

Industriais de todo o Paraná participaram no dia 12 de novembro, no Campus da Indústria, em Curitiba, do 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa. O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com o Instituto Paranaense de Reciclagem (Inpar), reuniu especialistas no tema e entidades que estão promovendo ações voltadas à preservação do meio ambiente por meio da logística reversa.

“Os industriais devem ter um olhar atento sobre tudo o que produzem e sobre o pós-uso de seus produtos. Cabe a nós, como industriais, vermos toda a cadeia, incluindo nossos distribuidores, vendedores e consumidores, atentando para tudo o que vai voltar após o uso”, disse o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, na abertura do evento. “Mas a responsabilidade é de todos: governo, indústria, comerciante e o público consumidor”, acrescentou.

O presidente do Inpar, Rommel Barion, explicou que a execução de ações de logística reversa traz benefícios econômicos e ambientais que impactam toda a sociedade. “A logística reversa busca reaproveitar materiais e resíduos por meio de um processo produtivo que tem a capacidade de oferecer maior eficiência operacional, redução de custos e a oportunidade de gerar novos negócios. Isso sem falar nos benefícios ao meio ambiente”, explicou.

Economia circular

O 3º Seminário Paranaense de Logística Reversa marcou o lançamento da Rota Estratégica da Economia Circular no Paraná, um estudo desenvolvido pelo Observatório Sistema Fiep que orienta as indústrias sobre o tema. “Economia Circular é uma estratégia sustentável que tem como propósito manter produtos, componentes e materiais no seu mais alto nível de utilidade e valor pelo maior tempo possível dentro dos processos produtivos”, explicou a gerente do Observatório, Marilia de Souza.

Marilia ressalta que a economia circular pressupõe uma ruptura com o processo tradicional e linear de produção, em que se extrai, transforma, usa e descarta. No modelo proposto, a circulação da matéria-prima é prevista pelo maior tempo possível num mesmo ou em diferentes processos produtivos, com vista a minimizar o impacto sobre o meio ambiente.

Na economia linear a ideia é que os insumos e as matérias-primas utilizadas na produção de bens e serviços sejam descartados. Já na economia circular é o contrário. A pesquisadora do Observatório Sistema Fiep, Michelli Stumm, explica que “esses insumos que não são utilizados ou não tiveram uso, que eventualmente vão para o lixo, são reinseridos no processo produtivo de diferentes maneiras, pode ser na produção do mesmo produto ou de outro bem”.  

A economia circular pode ser aplicada em todos os setores de economia, não só para a indústria. Ela pode ser usada em serviços, na agricultura e na pecuária, por exemplo. “Você pode pensar a circularidade dentro do seu escritório, do seu posto de trabalho, de como você pode trabalhar de forma circular. Não é apenas direcionada para processos produtivos. Ela pode ser aplicada no dia a dia. Como uma filosofia”, afirma Michelli.

Rota Estratégica da Economia Circular no Paraná

Para o desenvolvimento do Roadmap de Economia Circular 2031 o primeiro passo foi o entendimento da situação atual da temática – por meio do estudo de elementos de economia circular e pelo levantamento do painel de especialistas que contou com a participação de uma massa crítica de 97 especialistas (representando as percepções de 63 instituições públicas e privadas), uma consulta web e várias reuniões de acompanhamento e validação.

Os resultados de todos os trabalhos foram sistematizados e sintetizados, dando origem aos conteúdos que compõem o Roadmap, ou seja, o mapa com caminhos a serem trilhados pelos diferentes atores interessados no desenvolvimento da economia circular.

Ao longo do processo foram elencadas condições impeditivas para o alcance da visão de futuro no Paraná. Dentre as mais importantes estão: a ausência de incentivos fiscais para transição circular; a existência de bitributação sobre os produtos reciclados; a inexistência de fontes de financiamento específicas para a economia circular; presença de entraves legais para adoção de práticas circulares e a falta de política pública direcionada à economia circular.

“A discussão sobre a situação atual, a identificação das barreiras e a priorização de fatores críticos alimentaram as reflexões coletivas e permitiram a proposição de 118 ações, divididas em curto, médio e longo prazo. A ações traçadas pela Rota são estruturantes, de base”, afirma Raquel Valença, Coordenadora de Estudos e Pesquisa do Observatório Sistema Fiep.

Cada ação proposta foi classificada em: direcionamento (vertical e horizontal), dentro da “estrutura resolve” e do elo da cadeia - dividida em cinco fatores críticos de sucesso: articulação; capital intelectual; mercado; pesquisa, desenvolvimento, inovação e tecnologia; e política de estado.

O documento completo da rota, está disponível no link: bit.ly/rota-ec

Publicação Elementos da Economia Circular

Este ano o Observatório também lançou a publicação Elementos da Economia Circular, que representa uma sistematização de vários estudos nacionais e internacionais sobre economia circular. A ideia é transmitir alguns elementos, fundamentos e entendimentos básicos para o empresariado. Para conferir o arquivo completo, acesse: https://bit.ly/3515qk5

Com informações da Agência Sistema Fiep.