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A moda sustentável, por meio da reciclagem, foi o tema do 10º Encontro Lacrimo, que reúne profissionais e estilistas da indústria de confecções de Apucarana e região para debater estratégias para alavancar o setor. O encontro, realizado em fevereiro, também planejou as ações do grupo para 2015, como a participação em caravanas, oficinas e desfiles, além de visitas às fábricas - entre elas a Dudalina, a camisaria de Santa Catarina que se tornou um símbolo de sofisticação em todo o Brasil.
De acordo com Patrícia de Macedo Papa, secretária-executiva do Sivale Apucarana, que conduziu o 10º Encontro, as sugestões partiram do próprio grupo, que já está se organizando financeiramente para promover missões internacionais para cidades como Nova Iorque, nos Estados Unidos, e Milão, na Itália. “A ideia é utilizar os retalhos arrecadados pelas indústrias para confecção de produtos de artesanato, que poderão ser vendidos em feiras e eventos. A verba irá ajudar a fazer uma 'caixinha' para viabilizar as viagens, que são caras”, conta Patrícia.
Durante o 10º Encontro Lacrimo, os participantes assistiram a um vídeo sobre o brasileiro Geová Rodrigues. O estilista, radicado em Nova Iorque desde 1988, é conhecido pela sua mistura de arte e moda em produções com reciclagem de materiais inusitados. No ano passado, Rodrigues recebeu um prêmio na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), que homenageia destaques das comunidades brasileira e portuguesa nos Estados Unidos. “A intenção foi mostrar para os participantes um estilista que é referência na área de reciclagem, que pode ser uma fonte de inspiração para trabalhos futuros”, aponta Patrícia.
Sustentabilidade e originalidade
Trabalhando com tecidos reutilizados e muito estilo, Rodrigues confecciona verdadeiras esculturas de tecido, nas quais os reaproveitados ganham nova vida e a moda, um grande aliado. Um dos novos ícones do movimento Descontruction Couture (cuja criação de roupas se dá por meio da desmontagem e remontagem de peças antigas), o brasileiro brinca com cores e contornos. Ele já usou dez tecidos diferentes em uma só criação.
A inspiração do estilista remonta ao passado, quando tinha vontade de fazer roupas, mas não tinha dinheiro para comprar materiais. A reciclagem foi uma solução para o problema e hoje se tornou o “carro-chefe” da linha de produtos criada por Rodrigues.
O artista encontrou no lixo da 7ª Avenida em Manhattan - região dos Estados Unidos conhecida mundialmente por abrigar grandes marcas, como Calvin Klein e Donna Karan - as primeiras sobras de tecidos para a criação de vestidos e blusas, que já vestiram modelos como Gisele Bündchen e Fernanda Tavares.
Dinâmicas
O encontro ainda ofereceu duas dinâmicas de grupo, sobre “Reciclagem e Geração Z”. O tema reciclagem foi ilustrado com a proposta do BR.ECOREA, um movimento que acredita que a moda pode mudar vidas e ser um agente de transformação. O movimento incentiva a mobilização geral em torno das questões sociais e ambientais no mercado da moda na cidade de São Paulo, principalmente na região do Bom Retiro. Para saber mais, clique aqui.
Ingrid Bovo Etgeton, estilista da Nayme Moda, elogiou a iniciativa. Na dinâmica os participantes tiveram contato
com materiais que pareciam "lixo", mas que podem ser utilizados para a confecção de produtos. "Por meio daquilo
que as pessoas consomem podemos perceber a que tribo elas pertencem. Aprendemos que por meio da reciclagem de produtos também
podemos identificar nosso público alvo", comentou Ingrid.