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Confira a seguir a entrevista com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira, que fala sobre as perspectivas para este ano e avalia o desempenho do setor em 2015.
Qual sua avaliação sobre o cenário econômico e o desempenho do setor de panificação em 2015?
José Batista de Oliveira - Encerramos o ano pesarosos pela situação macroeconômica do país. Eu costumo dizer que a gente não precisava dessa crise porque, de certa forma, ela foi fabricada por um governo incompetente. Certamente estaríamos bem mais confortáveis se a situação econômica estivesse como antes e todos nós acreditávamos nisto. Mas eu não perdi a esperança e acho que devemos ficar animados para trabalhar 2016 sabendo do tamanho do desafio que será o próximo ano e, talvez, mais um ou dois anos na frente. Acredito que vamos vencer tudo isso com trabalho, inteligência e uma gestão enxuta, eficiente e criativa. Cada um do seu jeito irá construir projetos que possam gerar a continuidade dos negócios. Temos agora que olhar para a frente até alcançar dias melhores.
De que forma a queda nas vendas influenciou os resultados das panificadoras?
Ainda não temos o fechamento do ano, mas já sabemos que depois de quase uma década de crescimento seguido certamente iremos fechar com crescimento negativo. Eu penso que ainda numa escala menor que outros setores. Tivemos esse ano uma inflação de 10%, com certeza não vamos conseguir crescer 10%. Acredito que o momento exige que os novos investimentos tenham um nível de assertividade muito grande com corte de gastos de tudo o que não for extremamente necessário, já que 2016 também não será fácil e 2017 ainda é uma incógnita.
Quais as perspectivas para este ano e como as panificadoras podem se planejar para um ano parecido com o de 2015?
Eu diria que é preciso ter um gestão eficiente, mas continuar investindo, ainda que seja na troca da cor da parede porque isso estimula o cliente e não se pode deixar o cliente ir embora. É preciso ter uma visão de médio prazo até que águas mais calmas cheguem na economia brasileira e, consequentemente, na panificação. Mas não podemos ficar olhando somente pelo retrovisor e pensando negativo. Como tendência a Abip tem falado muito no congelamento porque representa aumento de tecnologia e ganho de produtividade. Nesse momento de custo elevado você pode trabalhar em uma escala industrial mesmo no pequeno negócio. Antigamente, quando se falava de congelamento, pensava-se em grandes indústrias. Hoje, uma padaria com 15 funcionários pode ter uma câmara de congelados e produzir em uma escala maior, armazenando sem ruptura e tendo um produto fresco o dia inteiro. O congelamento é uma boa aposta.
Redação por assessoria de imprensa do Sipcep