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Na última edição do Boletim da Indústria em 2015, o presidente do Sipcep, Vilson Felipe Borgmann, faz uma avaliação sobre o desempenho do setor de panificação neste ano, destaca as ações realizadas pelo sindicato e apresenta suas perspectivas para 2016. Confira a entrevista:
Boletim da Indústria - Qual sua avaliação sobre o cenário econômico e o desempenho do setor em 2015?
Vilson Felipe Borgmann - O setor de panificação ainda teve muita sorte, pois foi um ano difícil e em que todos os setores perderam lucratividade. As vendas caíram e o poder aquisitivo de toda a população teve uma redução importante. O trigo é um produto importado e é uma commodity, sendo trabalhada com a flutuação do dólar. Em compensação, houve uma superprodução de trigo no mundo e o preço lá fora caiu. A alta do dólar aqui não influenciou no custo do trigo. Se isto tivesse acontecido, hoje estaríamos num caos total quanto à alimentação, pois a alimentação básica do brasileiro é composta por pães e massas.
As quedas nas vendas influenciaram de que forma os resultados das panificadoras?
No nosso setor, o ticket médio caiu em torno de 20%. Isto não significa queda na venda do pão francês. Esta foi muito pequena. Mas tivemos uma redução nas vendas das áreas de confeitaria, salgados, frios e outros produtos que compõem o mix de produtos ofertado por uma panificadora. Os consumidores fizeram adaptações e adequaram suas compras nas padarias. Por outro lado, nós orientamos os associados a reter um pouco deste aumento de custos que todos nós tivemos. Se subisse tudo o que deveria, as vendas cairiam mais ainda. Os panificadores seguraram os preços onde podiam para manter as vendas aquecidas.
Nos últimos anos, quando alguns setores já registravam crescimentos menores ano a ano, a indústria de panificação ainda crescia, com índices de até dois dígitos. Qual é a estimativa de fechamento para 2015?
Até o momento, a nossa perspectiva é o que o setor feche no negativo. Ainda não temos os números, pois também precisamos esperar os resultados de dezembro. Vínhamos num crescimento bom e positivo. Não vamos fechar tão negativo como outros setores. No entanto, o resultado será sim abaixo do esperado.
Quais as perspectivas para 2016 e como as panificadoras podem se planejar para um ano parecido com o de 2015?
Toda crise vem para fazer a gente pensar. E em 2016 não será diferente. Deveremos estudar bastante nossas empresas. A orientação que passamos é ter cuidados com os investimentos para não errar. Isto não significa deixar de investir o necessário, mas ter a certeza deste movimento. A tendência é criar um novo mix de panificação. A crise nos leva a fazer isto. Deve acontecer uma diversificação e uma rotatividade maior, além de trabalhar momentos condizentes com o momento. Fazendo isto, pode ser que não tenhamos resultados positivos, mas será um bom indicativo. Eu acredito em um 2016 pior do que 2015 porque as pessoas estão sem dinheiro e no início do ano precisamos quitar obrigações como IPTU, IPVA, matrículas, material escolar... Será um ano mais difícil. Acredito que a partir do segundo semestre devemos começar a respirar, mas não será suficiente para a gente crescer.
Quais ações promovidas pelo Sipcep em 2015 que merecem ser relembradas?
A nossa ação de maior destaque neste ano foi o Dia Mundial do Pão. Fomos muito felizes neste novo modelo. Neste ano, em especial, foi o melhor evento que o sindicato fez. Vejo também de maneira muito positiva esta ação porque houve participação de todos os associados, que também puderam expor suas opiniões sobre o peso da carga tributária, inclusive em entrevistas para a imprensa. Eles tiveram voz. Além disto, tivemos um aumento de 30% nas vendas neste dia. Foi extremamente positivo alcançar um resultado como este, ainda mais na atual conjuntura. Os panificadores também apresentaram neste dia produtos diferenciados, atraindo ainda mais a atenção do consumidor. Em 2015, o Sipcep também investiu muito em capacitação. Esta é a nova cara do sindicato. Queremos fazer um ciclo de palestras anual, com eventos a cada mês no sindicato. A ideia é trabalhar cada vez mais a profissionalização do setor em todos os sentidos.