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O coordenador do departamento econômico da Fiep, Maurilio Schmitt, conversou com industriais da panificação sobre a política tributária paranaense em um encontro promovido pelo Sipcep no dia 13 de maio, na sede do sindicato. Atendendo a um pedido de empresários do setor, a entidade convidou Schmitt para dar mais informações sobre as últimas mudanças na área tributária no Paraná, especialmente em referência ao aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em vigor desde 1º de abril deste ano e que alterou a alíquota de 12% para 18% para mais de 90 mil itens.
Segundo Schmitt, o setor de panificação não sofreu um impacto direto com a alta tributária, pois não foi alterada a alíquota da farinha de trigo e o pão francês segue como uns dos itens da cesta básica que permanecem isentos no pagamento deste imposto. No entanto, os panificadores vão sentir as consequências do cenário econômico do estado. Isto porque o poder de compra dos consumidores está diminuindo diante do aumento dos preços de produtos, em decorrência da alteração da alíquota do ICMS.
“Este contexto prejudica a demanda dos produtos de panificação, principalmente os produtos mais sofisticados. Aqueles de consumo corrente do dia a dia não serão tão prejudicados. Pode ocorrer uma leve queda, se eventualmente a economia desacelerar a tal ponto que o nível de desemprego atinja um nível crítico”, afirmou Schmitt. Durante a palestra, ele enfatizou que somente a elevação de 12% para 18% no ICMS vai significar a retirada de R$ 920 milhões de poder de compra dos consumidores paranaenses.
Para que os industriais conhecessem os motivos que levaram ao surgimento deste cenário, Schmitt apresentou um panorama sobre a situação econômica do Paraná, que forçou o governo estadual a procurar alternativas para aumentar suas receitas para conseguir pagar suas dívidas. O coordenador do departamento econômico da Fiep lembrou que, além do ICMS, as indústrias vêm sofrendo impactos de outros reajustes, como no caso da energia elétrica. “As empresas estão recebendo uma ‘avalanche’ de custos ‘entrando pela janela, sem pedir licença’. Todo este cenário está gerando uma asfixia muito grande nas indústrias”, alertou.
Os industriais presentes no encontro aproveitaram as informações repassadas por Schmitt e tiraram suas dúvidas sobre o tema. Para Guilherme Stoco, proprietário da Padaria Girassol, “a palestra foi instrutiva porque refletiu bem tudo o que estamos vivemos na prática”. De acordo com ele, a situação de sua empresa ainda está “administrável” diante do quadro atual, mas já houve demissões de quatro pessoas, de quatro cargos diferentes, desde o início do ano. Esta medida foi necessária para fazer ajustes internos na empresa.
Ana Felten, gerente da Confeitaria Cecília, disse que já ocorreu uma queda considerável nas vendas, principalmente por conta da diminuição do poder de compra do consumidor. “O produto que tem valor agregado está sendo deixado de lado. O cliente compra pão, mas não compra mais o doce ou o bolo. Nós já demitimos um funcionário do atendimento e mudamos o sistema de compras também. Antes comprávamos mercadoria para um mês, agora compramos para a semana e excluímos alguns itens da confeitaria, principalmente”, comentou.