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Sindicatos e demais entidades ligadas aos setores de panificação e alimentação vêm desenvolvendo iniciativas para combater a retirada do glúten da rotina dos brasileiros. Este conceito está sendo disseminado como sinônimo de dieta saudável e garantia de perda de peso corporal. No entanto, adotar esta prática não tem qualquer embasamento científico. Entre as ações já promovidas estão as do Sipcep, que editou uma cartilha para informar a população sobre a importância do glúten e do pão.
O glúten deve ser retirado da alimentação apenas nos casos de doença celíaca, segundo o professor da Universidade de São Paulo e médico endocrinologista Marcello Bronstein, que escreveu o livro “Trigo na Alimentação Saudável”, elaborado em parceria com o nutricionista Mauro Fisberg e editado pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) em 2009. A entidade também lançou um site específico sobre as propriedades do trigo (www.trigoesaude.com.br). “Estas pessoas realmente não podem consumir o glúten. Outras podem apresentar algum tipo menor de manifestação, como no caso da pele. Mas em momento algum se pode generalizar”, comenta.
De acordo com ele, a ausência do glúten na alimentação não causa emagrecimento. A perda de peso pode acontecer pelo consumo menor de calorias. “Retirar o glúten é um modismo e não faz qualquer sentido. Pode sim haver prejuízo para a saúde, pois o glúten ajuda no metabolismo do colesterol e dos triglicerídeos. Há estudos iniciais que mostram que o glúten influencia positivamente no sistema imunológico e seria anticancerígeno. Com certeza o glúten tem efeitos positivos na saúde”, destaca Bronstein.
A posição do profissional reforça a iniciativa das entidades ligadas à panificação, alimentação e trigo, como os casos do Sipcep e da Abitrigo, em mostrar para a população que o glúten não é o vilão de uma dieta saudável e equilibrada. O Sipcep enfatiza a importância do pão na mesa do brasileiro, sendo um alimento com uma ótima relação custo x benefício e que fornece energia para as atividades diárias.
Uma das ações promovidas pelo sindicato aconteceu na última edição Dia Mundial do Pão, celebrado em 16 de outubro. Em 2014, integrantes do Sipcep conversaram sobre o tema com as pessoas que doaram livros para receber pãezinhos gratuitamente, no estande da entidade montado na Praça Rui Barbosa, em Curitiba. Foram distribuídos exemplares sobre o tema para a população. “Todos precisam de energia, que vem com o consumo de carboidratos, presentes nos produtos a base de trigo. As entidades representativas dos setores envolvidos têm o papel de esclarecer isto porque existem consumidores que estão sendo enganados e levados a entender que este não é um produto saudável”, opina o presidente do Sipcep, Vilson Felipe Borgmann.